José Reinaldo: a cultura árabe no Brasil e a luta pela paz

O Centro Cultural Árabe Sírio no Brasil promoveu na última quinta-feira (11), em São Paulo, uma atividade que contou com a presença de cerca de 300 pessoas sobre “As relações árabes-brasileiras e o seu papel cultural no processo da paz mundial”.

O conferencista foi José Reinaldo Carvalho, diretor do Departamento de Relações Internacionais do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e membro da coordenação do Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz).


 


Jornalista, escritor, especializado em Política e Relações Internacionais, José Reinaldo abordou a influência árabe no Brasil, discorreu sobre a Conferência de Cúpula América do Sul – Países Árabes, e analisou a política agressiva dos Estados Unidos e de Israel no Oriente Médio. Além da aula do analista brasileiro, a atividade contou com a exposição artística do pintor Brodowski e com uma apresentação de dança folclórica árabe.


 


Estiveram presentes destacadas personalidades do mundo diplomático, político e cultural de São Paulo, como o cônsul-geral da Síria Gazi Dib, o presidente do Centro Cultural Árabe Sírio, Mohamad Al Kadah, o Diretor do Partido Al Baas Árabe Socialista no Brasil, Maruan Mansour, o cônsul geral da República Popular da China, Sun Rongmao, o cônsul da República de Cuba, Tomaz Parra, o diretor da Fearab, Riscala Tuma, o escritor Assad Zaidan, o dirigente do PCdoB de São Paulo e candidato a vereador, Jamil Murad.


 


Leia a íntegra da conferência de José Reinaldo Carvalho


 


A cultura árabe no Brasil, as relações entre o Brasil e os Países Árabes e sua influência na luta pela paz mundial  


 


A presença árabe no Brasil, a força de sua cultura, suas influências em todos os domínios da vida, a perfeita integração com a comunidade brasileira constituem fenômeno que chama a atenção do mundo e já foi objeto de estudo por parte de politólogos e antropólogos.


 


Datam das últimas décadas do século 19 as primeiras emigrações árabes para o Brasil. Guerras e conflitos religiosos levaram centenas de milhares de libaneses e sírios a emigrar para o Brasil por volta de 1880. Alguns consideram que o espírito do mascate dava ao libanês a capacidade de readaptação para empreender o recomeço da vida numa terra estranha.


 


Outros, como o consagrado escritor Milton Hatoum, descendente de libaneses radicado em Manaus, consideram que os povos árabes, eles próprios resultado de caldeamentos étnicos, tiveram na miscigenação da sociedade brasileira um dos fatores que favoreceram sua adaptação à nova terra. “Quando os imigrantes começaram a chegar já encontraram um país mestiço, uma sociedade miscigenada”.


 


Outrossim, os árabes encontraram no Brasil condições propícias ao culto às suas religiões. Ao longo da história do nosso país ocorreu o aniquilamento ou a assimilação dos cultos indígenas e feroz perseguição aos cultos provenientes da África. Mesmo assim, mercê de lutas políticas pela liberdade de culto à frente das quais esteve entre outros o escritor e deputado do Partido Comunista, Jorge Amado, em meados do século 20, as religiões de origem africanas foram preservadas ou transmutadas em peculiar sincretismo religioso.


 


Mas os árabes não encontraram barreiras nem foram vítimas no Brasil de intolerância ou perseguição religiosa. Observamos com satisfação que existem no Brasil mais de 50 mesquitas e mais de 80 centros islâmicos espalhados no país em convivência harmônica com a fé cristã e suas distintas vertentes.  


 


Uma numerosa imigração, adaptablidade à nova terra, tolerância religiosa, miscigenação – tudo isso facilitou a integração das comunidades árabes em nosso país, dando lugar a prolífica descendência. Estima-se que há no Brasil cerca de 10 milhões de árabes e seus descendentes vivendo harmonicamente  no seio da sociedade nacional. Em sua esmagadora maioria libaneses e sírios. Mas também constata-se a presença de palestinos, egípcios, marroquinos, jordanianos e iraquianos.


 


Presença tão marcante deixou marcas indeléveis na sociedade brasileira. A começar pelo idioma, que incorporou numerosas palavras de origem árabe. Mas também na medicina, na melhor tradição de Avicena, na política, no mundo empresarial, na culinária, na literatura e até na música. Interessante estudo publicado recentemente pelo professor João Batista de Medeiros Vargens, da UFRJ, assinala que se pode sentir a presença árabe no Brasil até no samba, a partir das influências deixadas pelos negros muçulmanos trazidos à força para o Brasil como escravos provenientes do norte da África.


 


Há importantes registros históricos dessa influência na própria formação do caráter do negro brasileiro, insubmisso e combativo, o que se revelou em heróicas lutas contra a escravidão. Uma das mais importantes dessas lutas – a Revolta dos Malês – na Bahia, em começos do século 19, em 1835 – foi dirigida por negros de origem muçulmana. Documentos desse movimento revolucionário foram escritos em árabe do norte da África.


 


Relações diplomáticas    


 


A integração dos árabes na sociedade nacional não teve correspondência no transcurso histórico na política externa brasileira. Somente dois chefes de Estado brasileiros realizaram missões diplomáticas aos países árabes. O imperador Pedro segundo, no século 19, que de acordo com registros históricos, ficou fascinado com o Oriente Médio, e o atual presidente Luís Inácio Lula da Silva.


 


A visita do presidente Lula ao mundo árabe, nos marcos de uma nova política externa  não subimssa ao imperialismo norte-americano nem ao sionismo israelense, decorre da vigência de uma nova cosmovisão – de paz e cooperação internacional – contrária à prevalecente no mundo – de agressões e opressão de umas nações fortes sobre as mais fracas.


 


O Brasil, no dizer do presidente Lula, assumiu o compromisso de trabalhar para aproximar duas regiões geograficamente distantes, de dar passos concretos e duradouros na luta pelo desenvolvimento e pela justiça social, de apostar no diálogo como forma de aproximar países distantes, culturas distintas e percepções diferentes do mundo.


 


A Cúpula América do Sul – Países Árabes


 


A maior expressão disso foi a realização nos dias 10 e 11 de maio de 2005 em Basília da Reunião de Cúpula América do Sul – Países Árabes (ASPA), com o objetivo explícito de lançar os fundamentos de uma  ponte de sólida cooperação entre a América do Sul e o mundo árabe. Foi um acontecimento histórico, que provocou reações de intolerância por parte da diplomacia unilateralista de Washington e  de fúria por patê dos sionistas israelenses. Na ocasião, o presidente Lula afirmou em seu discurso: “Mais do que resgatar vínculos sentimentais, buscamos valorizar esse patrimônio para abrir um novo capítulo nas relações entre duas importantes regiões do mundo em desenvolvimento”… “Queremos aproveitar esse imenso potencial para a realização de objetivos comuns à América do Sul e ao mundo árabe”…. “É necessário promover a equidade em um sistema multilateral de comércio profundamente marcado por assimetrias e distorções” … “Nosso grande desafio é desenhar uma nova geografia econômica e comercial internacional” … “Não estamos reunidos apenas em busca de vantagens econômicas e comerciais. Defendemos a democratização dos organismos internacionais para que a voz dos países em desenvolvimento seja ouvida”… “Buscamos a construção de um mundo de paz, democracia e justiça social…”


 


A cúpula América do Sul – Países árabes aprovou importante Declaração.  Os países signatários declaram “compartilhar o objetivo de elaborar uma agenda comum para o desenvolvimento econômico e social sustentável”; afirmam que “para promover a paz, a segurança e a estabilidade mundiais, a cooperação entre as duas regiões deve ser norteada pelo compromisso com o multilateralismo, o respeito ao Direito Internacional e a observância dos Direitos Humanos e do Direito Internacional Humanitário; com o desarmamento e a não-proliferação de armas nucleares e de outras armas de destruição em massa; com a busca do desenvolvimento sustentável com justiça social”.


 


A Cúpula América do Sul – Países Árabes reafirmou a adesão e o respeito pleno dos participantes aos princípios da soberania e da integridade territorial dos Estados e à solução pacífica de todos os conflitos e questões internacionais, regionais e bilaterais, em conformidade com o Direito Internacional e a Carta das Nações Unidas”. Em flagrante contraste com a famigerada tese do “choque de civilizações” tão ara aos círculos imperialistas, a Declaração sublinha: “a importância de medidas de construção da confiança e do entendimento mútuo para a coexistência pacífica entre as nações, reconhecendo, nesse contexto, o alcance da globalização e a importância de se preservar a identidade nacional e respeitar a diversidade cultural, bem como o papel dos intercâmbios culturais e do diálogo entre as civilizações na construção de um mundo em que prevaleçam a tolerância e a inclusão.


 


Nesse sentido, apóiam também recentes iniciativas, tais como a ‘Aliança de Civilizações’, que visam a promover o diálogo cultural e político entre as civilizações e as iniciativas do Estado do Catar referentes ao diálogo entre civilizações e religiões”. A Declaração da ASPA foi um verdadeiro libelo contra as guerras e agressões contra países soberanos ao sublinhar “o papel das Nações Unidas e do Conselho de Segurança para a manutenção da paz e da segurança internacionais” e ao acordar que “a diplomacia representa o meio mais adequado para atingir esse objetivo”, salientando ainda “a necessidade de se combaterem as ameaças à paz e segurança internacionais, em conformidade com a Carta das Nações Unidas e os instrumentos legais dos quais sejam partes”. 


 


Nesse quadro, a Declaração “conclama as partes interessadas e a comunidade internacional a tomar medidas concretas e urgentes  para a criação de uma zona  livre de armas nucleares no Oriente Médio” e apóia “a Iniciativa Árabe  para o estabelecimento de uma Zona Livre de Armas de Destruição em Massa no Oriente Médio”.


 


A Declaração toma posição clara sobre  a questão palestina: (os signatários) reafirmam “a necessidade da realização dos direitos nacionais legítimos do povo palestino”, e apóiam a “criação do Estado Palestino independente, com base nas fronteiras de 1967, coexistindo pacificamente ao lado do Estado de Israel”. A Cúpula América do Sul – Países Árabes defendeu “a retirada de Israel de todos os territórios árabes ocupados para as fronteiras de 4 de junho de 1967” e “o desmantelamento dos assentamentos, inclusive daqueles em Jerusalém Oriental”. 


 


Os países sul-americanos e árabes reunidos em Brasília assinalam ainda que “levam devidamente em consideração a opinião consultiva da Corte Internacional de Justiça, do dia 9 de junho de 2004, relativa às ‘Consequências Legais da Construção de um Muro nos Territórios Palestinos Ocupados’.


 


Os países sul-americanos e árabes reunidos em Brasília nos dias 10 e 11 de maio de 2005 “reafirmam a não-aceitação da ocupação estrangeira e reconhecem o direito dos Estados e povos de resistir à ocupação estrangeira, de acordo com os princípios da legalidade internacional e em conformidade com o Direito Humanitário Internacional”.


 


Agressões imperialistas



 
Infelizmente, porém, no mundo em geral, como no Oriente Médio, e particular, a realidade imposta pelas forças imperialistas, é contrastante com tais princípios e posições. Há muito tempo que os imperialistas, primeiro os britânicos e depois os norte-americanos, descobriram que quem quiser dominar o  mundo tem que dominar o Oriente Médio, pela sua posição geográfica estratégica e pelas imensas jazidas petrolíferas em seu território.


 


No início do verdadeiro período de horrores que foram estes 8 anos de governo Bush, o imperialismo estadunidense proclamou como uma das suas mais importantes metas estratégicas  a “reestruturação do grande Oriente Médio”. Trata-se de um tenebroso plano de domínio sobre uma vasta região do Planeta que vai do Magreb ao Mashrek e, como estamos vendo com os últimos acontecimento, os planos do imperialismo não têm limites. Suas ambições abrangem  também o Cáucaso e as fronteiras orientais da Europa com a Rússia. A “reestruturação do Oriente Médio” tem claro sentido neocolonialista. Washington necessita de governos totalmente submissos ou da intervenção direta na região.


 


Na aplicação desses planos, os Estados Unidos não se detêm diante de nenhum obstáculo e jogaram o mundo numa cruel disjuntiva: ou as nações e povos aceitam ser escravos ou terão que viver sob escombros. Por não aceitar a condição de escravos esta foi a punição do Iraque, da Palestina, do Líbano, do Afeganistão. Igualmente, é esta a ameaça que pende sobre a Síria e o Líbano.


 


Na aplicação desses planos foram formulados conceitos como “guerra infinita” e “guerra preventiva”, com a possibilidade do uso de qualquer tipo de armas inclusive as nucleares. Agora, os círculos imperialistas referem-se à criação de uma camada “Liga das Nações Democráticas” para combater as tiranias. De acordo com essa estratégia, os agressores querem transformar a ONU numa ficção, a diplomacia numa contrafação, o sistema multilateral numa quimera, o direito internacional em letra morta.


 


A era das guerras preventivas e da guerra infinita arruinou a ordem internacional e é sobre os escombros do sistema multilateral das Nações Unidas que o imperialismo estadunidense pretende erguer uma nova ordem, correspondente ao seu domínio, em que não existam concorrentes nem potências competidoras – regionais ou globais.


 


O imperialismo norte-americano se tornou  uma formidável máquina de guerra. O orçamento militar da superpotência cifra-se em meio trilhão de dólares. As suas tropas e bases militares estão espalhadas  em todos os pontos do globo. São mais de meio milhão de soldados, técnicos, assessores, especialistas e instrutores estadunidenses espalhados em todos os pontos do globo, fora das próprias fronteiras nacionais em 725 bases e missões militares oficialmente reconhecidas. Para pôr em movimento essa usina de morte, vêm à tona teorizações sobre “guerra humanitária”, “combate ao terrorismo” e “às tiranias”.


 


Atualmente, as principais vítimas dessa máquina mortífera são os povos e nações árabes e outros povos e nações do Oriente Médio. A começar pelo Iraque e o Afeganistão, primeiras vítimas da estratégia de guerra infinita e guerras preventivas. A guerra ao Iraque, feita em nome de falsos pretextos, é um dos episódios mais dantescos da história contemporânea. Centenas de milhares de pessoas foram mortas, massacres de cidades e aldeias inteiras foram perpetrados, as destruições na infra-estrutura fizeram o país retroceder décadas em seu desenvolvimento econômico e social. O patrimônio cultural do país, uma das mais antigas civilizações, foi criminosamente mutilado. Cientistas, líderes políticos, figuras importantes da intelectualidade foram perseguidos, encarcerados, torturados, assassinados. Até o magnicídio foi cometido.


 


Os ocupantes inflaram sua presença militar no país ao longo destes cinco anos desde a ocupação em 20 de março de 2003, incorporando forças mercenárias. O Líbano, que não tinha ainda cicatrizado as feridas da guerra civil e da ocupação israelense, viveu nova tragédia em julho e agosto de 2006. Pretextando punir o Hezbolá pelo seqüestro de dois soldados e agir preventivamente em face de uma suposta intervenção da Síria e do Irã, Israel fez verdadeira razia no território libanês que só terminaria depois de quatro semanas.


 


População civil massacrada, mais de 1,5 mil mortos, 1 milhão de desalojados, destruição da infra-estrutura viária entre a capital Beirute e as vilas do sul do país , prejuízos financeiros da ordem de 2 bilhões de dólares – foi este o saldo da agressão israelense. O massacre de Canaã, onde segundo a tradição Cristã, Jesus operou o seu primeiro milagre – o da transformação da água em vinho – ficará para sempre na história como uma severa ata de acusação aos sionistas, que se comportaram como autênticos sucessores dos fascistas.


 


Aquela ação de desmedida violência dá mostras do grau de banditismo a que chegou Israel para consumar sua estratégia expansionista na região, em nome dos seus próprios interesses e os do imperialismo estadunidense. Israel cometeu na guerra de julho-agosto de 2006, tal como nas demais em que se tem empenhado contra os palestinos e os países árabes, crimes de lesa-humanidade. Um dia, inapelavelmente, ainda que tardio, seus fautores terão de pagar, como ato de justiça e de defesa dos direitos humanos e dos valores democráticos.


 


A guerra de julho-agosto de 2006 pôs a nu a natueza militarista da Administração Bush e seu desprezo para com a diplomacia e o direito internacional. Enquanto as bombas assassinas da aviação israelense destruíam a periferia sul de Beirute e as vilas do sul do Líbano, onde se concentra as populações xiitas seguidoras do Hezbolá, e a opinião pública mundial clamava pelo fim dos bombardeios, a secretária de Estado da Administração Bush dizia não ver qualquer interesse na diplomacia se fosse para restabelecer o status-quo anterior entre Israel e Líbano.  Em uma conferência de imprensa chegou a dizer que a tragédia que se abatera sobre o País do Cedro era comparável às “dores de um parto”, do qual nasceria “o novo Oriente Médio”. O tribunal da História ainda julgará e punirá esses crimes, cujo dolo está contido em declarações como esta.


 


No exame da situação no Oriente Médio sempre tem papel de destaque a situação na Palestina, país e povo mártires da ocupação sionista que acaba de completar 60 anos. São 60 anos de martírio, de massacres e sofrimento. A ocupação israelense se agravou ultimamente com a revelação de que são farsescos os chamados planos de paz urdidos na Casa Branca, a construção do muro da vergonha e o cerco a Gaza. Somente o fim da ocupação  israelense, a conquista do Estado Nacional Palestino, a repatriação dos refugiados e os respeito às resoluções da Assembléia Geral das Nações Unidas  resolverão a questão palestina.


 


É preciso ainda destacar que dentre as ações estadunidenses para levar instabilidade e crise ao Oriente Médio estão as reiteradas ameaças ao Irã e à Síria e as acusações falsas de interferência no Líbano e de que esses países fazem parte do eixo mal. Dou o testemunho pessoal sobre a Síria, que visitei em dezembro de 2005. Ali encontrei um povo pacífico, amigo e solidário, evidentemente combativo e mobilizado contra sanções injustas, intimidações e ameaças de agressão advindas do imperialismo e do sionismo. Em contato com as mais altas autoridades, constatei que o governo, liderado pelo presidente Bachir Assad, encontra-se empenhado em promover a unidade nacional e respeita o Direito Internacional.


 


A vitória da Resistência


 


Para concluir, quero ressaltar que todos os planos do imperialismo para o Oriente Médio estão fracassando. A Administração Bush entrará para a história não só como a mais agressiva, mas também como a maior colecionadora de derrotas. O governo Bush vendeu a idéia de que seria pequeno o custo da guerra ao Iraque em face dos fins visados. As suas tropas seriam recebidas como “libertadoras” do país e “salvadoras” da humanidade. Mas ao que se assiste é o desenvolvimento de uma multifacetada e heróica resistência que tem infligido muitas derrotas políticas e militares aos invasores.


 


No Líbano, ao fim de um mês de combate desigual, as guerrilhas populares e a resistência nacional derrotaram os agressores, o que ironicamente dá certa razão à secretária de Estado dos EUA, porquanto efetivamente começa a nascer dos escombros do Líbano, como do Iraque e a Palestina, um novo Oriente Médio, mas o do desenvolvimento da Resistência nacional e da luta antiimperialista dos povos árabes. 


 


As forças que lutam contra as guerras imperialistas e por um mundo de paz contribuem para esta causa apoiando a resistência. Os países democráticos têm muito a fazer nesse sentido e é nessa perspectiva que consideramos muito positivas as relações estabelecidas entre o Brasil e a América do Sul com os países árabes. Também os movimentos populares e de solidariedade internacional muito podem fazer. Ressaltamos nesse sentido o papel do Cebrapaz – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz e do Conselho Mundial da Paz, como impulsionadores da solidariedade, da cooperação, do desenvolvimento, do respeito à soberania nacional e do direito internacional.


 


Muito obrigado.
José Reinaldo Carvalho