Desmantelada a coalizão de maioria parlamentar na Ucrânia

O presidente da Vierhovna Rada (Conselho Supremo) ucraniano, Arseni Iatsieniúk, anunciou na terça-feira (16) o fim da coalizão de maioria parlamentar que integraram os grupos Nossa Ucrânia, Autodefesa Popular e o BIT (Bloco Iúlia Timoshenko).

Com um discurso lacônico, Iatsieniúk recordou aos deputados presentes na sala que têm um mês para configurar uma nova aliança com as forças representadas no parlamento, batidas numa disputada luta de poderes.



No caso da crise se prolongar para além do período constitucional, o presidente Viktor Iuchtchenko tem o direito de dissolver a Rada e convocar eleições antecipadas.



Ao exortar os deputados a discutir e aprovar o pacote de projetos que estão na agenda, Iatsieniúk, por outra parte, solicitou encontrar outro candidato para ocupar o cargo de titular do Parlamento.



A crise no Legislativo ucraniano foi detonada em meados de agosto, quando o bloco da primeira ministra Iúlia Timoshenko votou unido com os partidos Regiões e Comunistas contra uma resolução presidencial de apoio à Geórgia e de condenação à Rússia.



O voto posterior dos três grupos por um pacote de projetos de lei que restringem as prerrogativas do presidente do país deu o último impulso para a ruptura com a saída do Nossa Ucrânia da coalizão.



A bancada do Partido das Regiões (PR), da oposição e do ex-premiê Viktor Ianukovitch, disse terça-feira que seu partido não seria iniciador de uma convocação a eleições antecipadas.



O PR havia ficado fora das negociações entre o Nossa Ucrânia, Autodefesa Popular, o bloco Timoshenko e o de Litvin para conformar uma nova força de maioria parlamentar, que ao que parece não foi frutífera.



Para 71,1 por cento dos ucranianos, a própria Rada é responsável pela crise atual e pelo fracasso da coalizão. Durante um ano de trabalho não contribuiu nenhum benefício ao Estado e ao povo, também não resolveu importantes problemas da sociedade, afirmam.



A pesquisa foi realizada pelo Instituto Nacional de Investigações Estratégicas sobre o futuro do Conselho Supremo na Ucrânia.