Paquistão exige que Otan não viole mais seu território
O premiê do Paquistão, Yousuf Raza Gilani, exigiu nesta terça-feira (16) o fim imediato das violações do território paquistanês por tropas norte-americanas e da Otan que participam da ocupação militar do vizinho Afeganistão.
Publicado 16/09/2008 16:47
Gilani também enfatizou a necessidade de uma maior cooperação e entendimento entre todas as partes envolvidas na ocupação militar do país vizinho e a luta contra a guerrilha da região.
Gilani fez essas declarações ao receber ao secretário britânico de Estado para Leis e Justiça Jack Straw, que visita Islamabad.
O premiê assinalou que as forças armadas paquistanesas “são capazes” de lidar com a guerrilha armada dentro de seu território.
“A soberania e integridade territorial do país será salvaguardada a todo custo”, insistiu.
Por sua vez, Straw reconheceu as dificuldades do Paquistão por estar na “linha de frente” na guerra contra o o que seu país e os Estados Unidos qualificam como “terrorismo”, concordando com Gilani que incursões estrangeiras contra seu território são “contraproducentes”.
O representante britânico manifestou “sua esperança” de que Islamabad continue dando seu apoio no translado dos fornecimentos da Otan através de seu território para o Afeganistão.
Meios de imprensa citaram hoje funcionários e porta-vozes militares que advertiram que “se as tropas estadunidenses insistissem em seus ataques contra a região tribal, o Paquistão cortaria esses fornecimentos, que são vitais para as tropas ocupantes na nação vizinha”.
Em Londres, o presidente Asif Ali Zardari se reúne com o premiê Gordon Brown, com quem discutirá o necessário respeito à integridade territorial do Paquistão.
Gilani indicou que Zardari também tratará este “sério assunto” quando se encontrar com o presidente George W. Bush no fim do mês.
Enquanto o premiê e o titular britânico conversavam, aviões espiões norte-americanos sobrevoaram nesta terça-feira várias áreas do Waziristão Norte e Sul, segundo reportou o telejornal Geo News.
Esses aviões não tripulados bombardearam com mísseis localidades dessa região fronteiriça com o Afeganistão, nas que morreram neste mês aproximadamente 70 pessoas, incluídas mulheres e crianças.