Evo se antecipa e inicia tentativa de diálogo com a oposição

O presidente Evo Morales convocou para esta quarta-feira (17) o diálogo com os governadores opositores sobre as mudanças constitucionais na Bolívia e pediu que também participem as organizações sociais e religiosas. “Quero ver os governadores hoje mesmo e

Evo mostrou um aviso publicado com o texto do “pré-acordo” para iniciar as negociações, acertado pelo vice-presidente Álvaro García Linera e o governador de Tarija, Mario Cossio, com a assinatura de Cossio e um espaço para a assinatura do presidente. “Eu mesmo entreguei ontem a Cossio este documento com a assinatura de dois ministros e agora aparece isso. Mas não importa, já estamos acostumados com mentiras”, disse o presidente.



Cossio assinou na noite desta terça-feira o documento na presença do cardeal Julio Terrazas e disse que iria a La Paz levar o texto para Evo assiná-lo.



O governador do departamento de Santa Cruz, Rubén Costas, principal líder do movimento contra Evo, acompanhou a assinatura do documento, qualificado pela oposição de “pré-acordo”.



Nesta quarta-feira, o presidente disse lamentar que “o cardeal tenha uma postura parcial e se preste a essas coisas”, mas aceitou a presença da Igreja católica no diálogo e pediu que “estejam também as metodistas e evangélicas”. Evo também pediu que estejam presentes, além dos dirigentes cívicos e governadores, os representantes das organizações sociais dos municípios.



Trabalho conjunto



A convocação surpresa foi feita durante um ato no qual a petroleira estatal e a Shell assinaram um acordo de trabalho conjunto. A possibilidade de discussões havia sido fragilizada após a prisão do governador de Pando, Leopoldo Fernández, acusado de promover as ações de violência de quinta-feira passada nesse departamento.



O documento com as condições para se iniciar o diálogo foi aprovado pelo governo federal e pelos governadores de Santa Cruz, Pando, Beni, Chuquisaca e Tarija, representados por Cossio.



A convocação inicial era para quinta-feira em Cochabamba, mas foi antecipada pelo presidente.  Entre os temas do encontro estão a distribuição da arrecadação do Imposto Direto sobre Hidrocarbonetos (IDH) e as autonomias departamentais. O prazo de negociações foi estipulado em três meses.



Da redação, com informações da Ansa Latina