Hamas aceita discutir reconciliação com a al-Fatá
O Movimento da Resistência Islâmica (Hamas) confirmou nesta quinta-feira (18) sua disposição de participar de um diálogo com mediação egípcia para limar suas rivalidades com o al-Fatá e, em conseqüência, fazer avançar a reconciliação entre os palestinos.
Publicado 18/09/2008 19:10
O porta-voz do Hamas, Ismail Radwan, informa que os contatos com a organização liderada pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, serão realizados em outubro próximo no Cairo.
Líderes radicados neste território e em Damasco assistirão ao encontro — programado para 8 de outubro — em nome do movimento islâmico, que governa na Faixa de Gaza desde que tirou do poder a al-Fatá, em junho de 2007.
“Vamos ao Cairo com mente e coração abertos, e com a esperança de que estes encontros conduzam a um diálogo sério que reúna os palestinos”, declarou Radwan a meios jornalísticos.
O Egito, que intercede para promover um diálogo inter-palestino proposto pelo presidente Abbas, teve desentendimentos com o Hamas, pois considera sua postura intransigente em diversos temas, incluída uma negociação para trocar prisioneiros com Israel.
Fontes próximas ao Hamas disseram que o Cairo solicitou aos líderes islâmicos flexibilizar as restrições de movimento impostas em Gaza a destacados membros do al-Fatá como Zakareya al-Agha, que é impedido de viajar ao Cairo.
Também pediram que libertem o prefeito de Khan Younis, Osama Al-Farra, preso há dois meses e que junto com al-Aqha foi designado para representar o grupo de Abbas nas conversas com autoridades egípcias previstas para o dia 22 de setembro.
Enquanto, meios de notícia destacaram o anúncio do Egito de que reabrirá na semana que vem a passagem fronteiriça de Rafah, na fronteira com Gaza, para permitir que os palestinos viajem a terras sagradas da Arábia Saudita durante o Omra (pequena peregrinação).
A decisão temporária do Cairo foi tomada depois de um pedido do mandatário Abbas para que seus conterrâneos possam chegar à Meca, mas os palestinos reclamam ao governo egípcio que mantenham essa rota aberta de forma permanente para aliviar o bloqueio de Israel.