Parlamento sul-africano aprova renúncia de Mbeki

O Parlamento da África do Sul aprovou nesta terça-feira (23) a renúncia do presidente Thabo Mbeki, que será efectiva na quinta-feira, quando a casa legislativa nomeará o sucessor de Mbeki, que dirigirá o país até às eleições gerais, que deverão ocorrer, n

Por 299 votos a favor, 10 contra e nenhuma abstenção, os deputados aprovaram uma moção que estipula que “a renúncia do presidente da República da África do Sul terá efeito a partir de 25 de setembro de 2008”.



A bancada parlamentar do Congresso Nacional Africano (ANC), partido que tem ampla maioria no Parlamento da África do Sul, designou na segunda-feira o vice-presidente do ANC, Kgalema Motlanthe, para suceder a Mbeki.



Ontem, um dia depois de Thabo Mbeki ter comunicado ao país a sua demissão do cargo de Presidente, o Congresso Nacional Africano revelou o nome do seu sucessor.



“Motlanthe será o novo presidente, não um presidente interino. Será presidente da África do Sul com todos os poderes do cargo, até às eleições gerais previstas para 2009”, disse em comunicado um porta-voz do ANC, partido que ocupa dois terços dos lugares na Assembleia legislativa.



A escolha do vice-presidente do ANC demonstra como os membros do Comitê Executivo — que aprovaram uma moção de repúdio a Mbeki após um tribunal ter levantado suspeitas de que teria exercido pressão sobre a justiça para afastar adversários políticos — querem evitar uma ruptura que aprofunde a crise política do país.



Jacob Zuma, o atual líder do ANC e provável candidato à presidência, afirmou ontem que a transição entre os dois presidentes vai ser “suave” e adiantou que não haverá uma demissão maciça no Governo.



“Não se trata de mudar o Governo — que se mantém no mesmo partido —, apenas a cabeça. Faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para garantir a estabilidade,” acrescentou o presidente do ANC, notando, particularmente, que “a política econômica vai permanecer inalterada.”



A eleição de Motlanthe confirma, assim, sua extraordinária ascensão nos postos de chefia do partido e do Estado.



Depois de ter assumido a vice-presidência do ANC em Dezembro de 2007, foi eleito deputado há poucos meses e, em seguida, assumiu a pasta da presidência no governo de Mbeki.



Nesses cargos, o histórico membro do partido, que foi preso por lutar contra o regime racista do apartheid, desempenhou o papel de mediador entre os dois líderes de facções opostas no ANC.



Com a sua eleição para o cargo de presidente, espera-se que termine o trabalho e consolide a transição entre a era Mbeki e a candidatura à presidência de Jacob Zuma.