Historiador explica a Chico e Molon por que votará Jandira
“A margem pequena de votos que a esquerda possa depositar nas urnas para as candidaturas do Psol e do PT é, exatamente, a diferença entre vencer ou perder no Rio de Janeiro”, argumenta o historiador Francisco Carlos Teixeira Da Silva, para explicar aos am
Publicado 30/09/2008 13:53
A declaração de voto, publicada no site Luta Rio (www.lutario.com.br) e intitulada Mais do que nunca votar Jandira!, argumenta que “quero ter que escolher entre duas direitas inumanas” para concluir: “Creio, sinceramente, que devemos – já no primeiro turno – concentrar nossos votos na candidatura do PCdoB.
O autor do chamamento é professor Titular de História Contemporânea. , comom doutorado e pós-doutorado na Universidade de Berlim. É também colunista da Agência Carta Maior ( www.cartamaior.com.br ) e articulista do Jornal das Dez, GloboNews e de Espaço Público ( TVE, RJ). Veja a íntegra:
“Conheço, convivi e admiro Chico Alencar e Alessandro Molon. Mais do que isso, posso dizer que os considero amigos – há uma profunda concordância política e humana entre nossas formas de ver o mundo. Teria orgulho de ter qualquer um dos dois como prefeito da cidade do Rio de Janeiro. Votaria – mais uma vez – em ambos para qualquer cargo representativo ou executivo. Ética, rigor com a coisa pública, sentimento humano no trato das gentes. Estas são características de Chico e de Molon.
No entanto, não terei a chance de votar – desta vez – em qualquer um deles. Por que não? Porque tenho medo. Medo enorme em ter que escolher entre a direita fundamentalista e a direita modernosa que invade favelas e oprime pobres no Rio de Janeiro.
A possibilidade de ir para o segundo turno apenas os candidatos na direita me assusta muito. O Rio de Janeiro é uma cidade moderna, cosmopolita, confusa e com imensos problemas sociais. Não se trata de uma cidade pobre. Os recursos estão aí: IPTU, impostos de circulação, royalties, etc… Contudo a Educação, Saúde, Transporte e Moradia são um desastre. Desastre agora potencializado por uma política de violência que não distingue entre bandido e trabalhador; entre crime e informalidade; entre Questão Social e a Repressão Policial.
Permitir que essa imenso, rico e diverso pedaço do Brasil caia nas mãos de uma organização religiosa única, fundamentalista e violenta – não se detém em ameaçar e atacar outras confissões religiosas – é renunciar à liberdade de expressão, aos direitos dos outros, e permitir que usem o Rio como uma plataforma de poder. Por isso temos que dizer não ao fundamentalismo religioso!
Por outro lado, aceitar a máscara modernosa, o pretenso bom-mocismo da direita moderna, é esquecer o abandono da Educação e da Saúde, a entrega dos transportes aos cartéis privados e o esquecimento voluntário dos programas de habitação. Por trás do bom-moço está o caveirão!
Por isso, não quero ter que escolher entre duas direitas inumanas!
Por isso – mesmo reconhecendo o direito das outras lideranças da esquerda na disputa eleitoral e a visão humana que possuem da nossa Cidade e do comprometimento com o povo trabalhador das duas candidaturas – creio, sinceramente, que devemos – já no primeiro turno – concentrar nossos votos na candidatura do PCdoB!
A margem pequena de votos que a esquerda possa depositar nas urnas para as candidaturas do PSOL e do PT é, exatamente, a diferença entre vencer ou perder no Rio de Janeiro.
Como militante de esquerda, humanista e comprometido com aqueles que menos têm e muito esperam da mudança política, votarei com disciplina republicana em Jandira Feghali.
Francisco Carlos Teixeira Da Silva
Professor Titular de História Contemporânea/UFRJ”
Fonte: Luta Rio (http://www.lutario.com.br)