Entidades rurais da Argentina anunciam novo locaute

As principais entidades agropecuárias da Argentina anunciaram nesta quarta-feira (1º) que farão um novo locaute comercial em protesto contra a falta de respostas do governo aos problemas do setor.

A medida, convocada pela Federação Agrária Argentina (FAA), pela Confederação Intercooperativa Agropecuária (Coninagro), pelas Confederações Rurais Argentinas e pela Sociedade Rural Argentina, vai se estender da primeira hora de sexta-feira até a meia-noite da quarta-feira da semana que vem.



Nesse período, os produtores rurais não vão comercializar grãos destinados a indústrias ou para exportação, nem gado bovino, exceto os de regiões afetadas pela seca. O chamado “plano de luta” será acompanhado pela instalação na terça-feira de uma tenda em frente ao Parlamento e por mobilizações em diferentes pontos do país.



Este é o quinto locaute comercial convocado pelas entidades rurais da Argentina este ano. O presidente da FAA, Eduardo Buzzi, disse que desta vez o protesto não incluirá bloqueios de estradas, pois, segundo ele, o campo “não quer colocar a sociedade contra si” mesma.



Segundo os líderes agropecuários, os problemas do setor vão além dos impostos sobre as exportações, e incluem as dificuldades causadas pela seca, a pior em 100 anos, a queda dos preços das matérias-primas e a alta dos custos de produção.



Por sua vez, o secretário de Agricultura do país, Carlos Cheppi, declarou em entrevista coletiva que o governo está “surpreso” com a decisão tomada pelo campo.



“Não esperávamos esta medida de protesto em um momento de diálogo”, acrescentou, dizendo ainda que o passo dos produtores impede a continuidade dos contatos, já que as negociações são feitas a dois, e “se há um setor que declara um protesto e não pretende dialogar, então fica muito difícil fazê-lo”.



Depois de se reunir com a presidente argentina, Cristina Fernández, Cheppi pediu aos dirigentes rurais que “reflitam”, pois o locaute “não ajuda o país”, e o governo “está disposto a continuar trabalhando e a apostar no diálogo”.



Fonte: Efe