Contra Flávio Dino, tucanos investem no anticomunismo

A medievalidade de João Castelo, candidato do PSDB à Prefeitura de São Luís (MA), não se restringe ao sobrenome, que lembra as ancestrais edificações da Idade Média. Em tempos de ampla democracia e urnas eletrônicas, seus métodos eleitorais continuam s

O jornal O Estado do Maranhão noticiou nesta quinta-feira (2) que ''pastores de algumas igrejas evangélicas estão assinando um panfleto com ataques violentos ao candidato Flávio Dino e exaltação ao candidato João Castelo''. Nos folhetos, nada inédito: os tucanos seguem investindo no pobre e pueril argumento anticomunista, dizendo que, se eleito, Dino mandaria fechar templos religiosos.



 


O jornal diz ainda que um dos signatários do panfleto pró-Castelo é o pastor Nauber de Menezes, um dos ''muitos secretários adjuntos da Casa Civil'' do estado do Maranhão, chefiada por Anderson Lago, filiado ao PSDB e ligado a Castelo.



 


O expediente preconceituoso já foi usado em outras ocasiões. Mais recentemente, o anticomunismo esteve presente nas campanhas de Luciana Santos – que venceu duas vezes as eleições para a prefeitura de Olinda (PE) e poderá agora fazer seu sucessor na figura de Renildo Calheiros – e Jandira Feghali – reconhecida figura pública, eleita deputada estadual e federal mais de uma vez e uma das principais candidatas à sucessão no Rio de Janeiro. Para Flávio Dino, a atitude é nazista.



 


O secretário de Movimentos Sociais do PCdoB, Ricardo Abreu ''Alemão'', que está acompanhando as eleições em São Luís, disse que ''esse tipo de campanha revela o desespero do adversário da direita que, na falta de argumentos políticos, parte para a baixaria''. Vale salientar que por iniciativa do Partido Comunista do Brasil, através de seu então deputado Jorge Amado, se instituiu a liberdade religiosa no país, vitória conquistada na Constituinte de 1946.



 


Na última segunda-feira (29), um grupo de seis pessoas foi preso na Universidade Federal do Maranhão entregando panfletos anônimos e de conteúdo difamatório contra Flávio Dino. Em depoimento à Polícia Federal, disseram terem sido abordados por um desconhecido que prometia pagar depois que a distribuição de material fosse concluída. Curiosamente, os ataques a Flávio Dino – que vão de agressão aos pais à intolerância religiosa –começaram há cerca de quinze dias, quando o candidato passou a crescer com maior intensidade nas pesquisas. Hoje, Dino conta com 27% das intenções de votos, contra 44% de Castelo, que tinha como certa a vitória no primeiro turno, mas agora se desespera com a possibilidade de ter de enfrentar o deputado federal Flávio Dino no segundo turno eleitoral.