Reta final aponta Manuela no segundo turno em Porto Alegre

O cenário é favorável à candidatura de Manuela ao levar-se em conta às mobilizações de campanha da reta final e o retrospecto da candidata nos debates, sobretudo no último, realizado na quinta-feira à noite (2/10) pela RBS TV. Estes elementos  indicam uma forte tendência, que também é verificada nas ruas – com as demosntrações de apoio dos eleitores: Manuela deverá disputar a prefeitura com José Fogaça no segundo turno. A pesquisa que deve ser publicada na edição deste domingo do jornal Zero Hora mostra empate técnico na segunda colocação, com Manuela e Rosário com 18% das intenções de voto. Fogaça lidera com 35%.

A vantagem de Manuela está justamente nos lances finais e decisivos da campanha, que provavelmente nem chegaram a ser captados pelas últimas pesquisas. Na quarta-feira, a coligação ''Porto Alegre é Mais'' realizou um grande comício de encerramento da campanha, no Largo Glênio Peres. Foi o maior dentre os realizados pelos candidatos à prefeitura da capital gaúcha. No dia seguinte, quinta-feira, Manuela teve desempenho extraordinário no debate realizado pela maior rede de tv do RS, exatamente  no momento de maior interesse do público. Segundo dados da própria emissora, a audiência superou as expectativas e na opinião dos analistas, a candidata do PCdoB foi a melhor no confronto.

Manuela: é o ''novo'' da eleição 

''Porto Alegre pode sim construir um caminho novo. Nós não precisamos ver nas eleições de 2008, o mesmo segundo turno que vimos em 2004''. Manuela fez esta afirmação no final do debate, como um apelo para que esta nova alternativa de esquerda – que os partidos da coligação ''Porto Alegre é Mais'' (PCdoB, PSB, PPS, PR, PMN, PTN e PTdoB) definem como ''esquerda renovada'', esteja representada na disputa de segundo turno.

O rompimento com a polarização histórica na disputa de Porto Alegre – a disputa entre o ''novo e o velho na política'' em contradição com a tradicional polarização entre o PT e os que estão contra o PT – configurou um novo cenário eleitoral e político no estado. Na avaliação da coordenação de campanha de Manuela, a candidata ocupou justamente um espaço identificado com o anseio da população por soluções novas para os problemas da cidade e, principalmente, por uma nova maneira de fazer política, baseada no diálogo e união de esforços, ao invés da já conhecida divisão entre as forças de cá e de lá. Foi exatamente este posicionamento que foi seguido até agora pela coligação ''Porto Alegre é Mais'': unir a cidade em busca do desenvolvimento.
 
 
 
 
Segundo o coordenador executivo da campanha, Adalberto Frasson, a proposta de novas idéias para a adminstração municipal e de uma nova maneira de fazer política em Porto Alegre, baseada no diálogo e respeito às contribuições que os mais diversos setores existentes na cidade podem dar para isso, tem obtido grande acolhimento na população ''porque o povo está cansado da velha disputa, que ao invés de unir, separa.'' Frasson complementou dizendo que ''é exatamente a proposta de unir através do diálogo que caracterizou o 'novo' nesta eleição. É isto, aliado a justeza das nossas propostas, que nos dão a certeza de que iremos para o segundo turno e garantiremos a eleição da primeira prefeita de Porto Alegre, que será a Manuela''.

Números do IBOPE 

Em relação ao levantamento anterior, feito nos dias 24 e 25 de setembro, Fogaça manteve o mesmo percentual de intenções de voto (38%), enquanto Manuela oscilou um ponto percentual (de 19% para 20%) e Rosário quatro pontos (de 16% para 20%).

Numa simulação de segundo turno, Fogaça venceria as duas adversárias. Numa simulação com Manuela, o candidato do PMDB teria 48% as intenções de voto contra 36% da candidata do PC do B. Na simulação com Rosário, Fogaça teria 49% e Rosário 36%.

Ficha técnica:

PERÍODO DE CAMPO
2 e 3 de outubro
TAMANHO DA AMOSTRA
Foram entrevistados 1.001 eleitores
MARGEM DE ERRO
Três pontos percentuais para mais ou para menos

 
Clomar Porto