Comandante inglês no Afeganistão admite: “Não vamos ganhar”
O oficial britânico de patente mais elevada no Afeganistão disse neste domingo (5) em Londres que a população não devia esperar “uma vitória militar decisiva”, mas apenas uma redução da insurreição a um nível aceitável. “Trata-se de reduzir o conflito a u
Publicado 05/10/2008 17:27
O general, comandante da 16ª Brigada de Assalto Aéreo, fez a declaração ao semanário britânico Sunday Times ao fim de sua segunda estadia no país centro-asiático. Para ele, “os britânicos devem moderar suas expectativas sobre o fim do conflito e se prepararem para um possível acordo com os talibãs.
“Não vamos ganhar a guerra. Trata-se de reduzir o conflito a um nível manejável, para que a insurreição não seja uma amesaça estratégica e possa ser controlada pelo exército afegão”, disse o general.
Carleton-Smith disse que suas tropas “atenuaram a ameaça talibã para 2008”, mas esclareceu que “seria irrealista e provavelmente pouco plausível” pensar que a força multinacional liderada pelos EUA no Afeganistão possa libertar o país dos bandos armados.
Uma paz negociada?
“Nós poderíamos perfeitamente ir embora, deixando um débil porém duradouro nível insurrecional na zona rural”, avaliou o militar. Ele sublinhou que, “se os talibãs estão prontos para se sentarem à mesa e discutirem um acordo político, este é precisamente o tipo de processo que põe fim a uma insurreição como esta”. Para Carleton-Smith “isto não deve incomodar as pessoas”.
Cerca de 7.800 soldados britânicos foram deslocados para o Afeganistão, como parte da “Força Internacional de Apoio e Segurança” (Isaf, na sigla em inglês), sob comando da Otan e de uma coalizão militar chefiada pelos Estados Unidos.
Fonte: La Jornada (http://www.jornada.unam.mx)