Detenção de general aumenta a crise política na Tailândia

A crise tailandesa teve nesta segunda-feira (7) mais um episódio que favorece o aumento da tensão entre o governo de Somchai Wongsawat e setores opositores, que ocupam o complexo governamental há quatro meses.

Com a detenção neste domingo do maior general aposentado Chamlong Srimuang, máximo dirigente da Aliança Popular pela Democracia (APD), ficou congelado o palco negociador desenhado por Somchai e o ambiente tende a reaquecer, de acordo com observadores locais.



Chamlong, também ex-governador de Bangcok, ficou sob detenção depois de votar em eleições para esse cargo.



O curso da situação é imprevisível, afirmou o diário The Nation, ao comentar declarações de Chamlong que descartam qualquer tipo de compromisso com o executivo.



Sua detenção sucedeu à de Chaiwat Sinsuwong, outro líder da APD preso na sexta-feira fora das instalações governamentais que ocuparam junto a milhares de seguidores há quatro meses.



De acordo com o premiê Somchai, sua administração nada tem que ver com a atuação da polícia, que atuou dentro da lei em base a ordens de detenção cursadas desde 27 de agosto último pelo governo anterior, apontou.



Acusações contra os nove principais dirigentes da Aliança por insurreição, conspiração, reunião a mais de 10 pessoas, violando o estado de emergência em vigor, estão em pé desde que se localizaram na casa de governo e recusaram dispersar-se.



Segundo a lei tailandesa, tais delitos implicam até sentenças a pena perpétua ou pena de morte.



Pelo momento, a APD chamou a seus seguidores em todo o país a marchar para Bancoc para exigir um tratamento justo para Chamlong e Chawait, e adiantou apelará o procedimento que qualificou de ilícito.



A caldeada situação parece gerar também um ponto morto nas negociações sobre a anunciada reforma constitucional entre o governo e o único setor opositor representado no parlamento, o Partido Democrata (PD).



O líder do PD, Abhisit Vejjajiva, opinou que a detenção dos dois dirigentes da APD pode piorar a situação política e estimou que agora o governo deverá decidir se aplica a lei ou negocia com eles para pôr fim à crise.