Cachoeiro no ES: vitória de Casteglione (PT) teve a digital de Camilo Cola

Outra presença na campanha que significou votos para Casteglione foi a do senador do PR Magno Malta, que fez corpo-a-corpo e levou para a candidatura do petista o voto das igrejas evangélicas. Somando-se ao apoio que já tinha da Igreja Católica, empenhada em sua eleição.

Mas o fato de maior concordância quanto à inesperada derrota de Theodorico Ferraço (DEM) está ligado ao esgotamento da população em relação aos dois grupos políticos que dominaram por muitos anos a política local, Ferraço e Roberto Valadão (PMDB). Ferraço, caso eleito, iria para seu quinto mandato de prefeito, enquanto Valadão para o terceiro. Essa desconfiança generalizada de desgaste da dupla, que ao longo de 20 anos se alternou na prefeitura, refletiu-se, sobretudo, na votação recebia pelo peemedebista Valadão, que, contra os 49 mil votos de Casteglione e 42 mil de Ferraço, teve apenas 7 mil votos.

A vitória de Categlione também é festejada pelas novas lideranças do município, que vêem no processo uma abertura para que possam, nas próximas eleições, subir na escala de valor político.

Entre os nomes já focados, o de Glauber Coelho, que foi o vereador mais votado do município, com 4.060 votos, seguido de Marcos Coelho e o pastor Marcos Mansur, com 3 mil votos, que é engenheiro agrônomo.

A derrota de Ferraço para um petista é histórica, porque o democrata foi um líder político de Cachoeiro praticamente imbatível, pois a partir dos anos 70 enfrentou o núcleo de esquerda mais poderoso do Espírito Santo, formado pelo ex-prefeitos Gilson Carone e Hélio Carlos Manhãs (já falecidos) e o próprio Roberto Valadão.

Fonte: Século Diario, Manaira Medeiros, foto de Ricardo Medeiros.