Peru: escândalo atinge alta cúpula do governo

Um esquema de favorecimento ilícito na concessão de cinco campos de petróleo no Peru à empresa norueguesa Discover Petroleum, revelado no domingo à noite em um programa de televisão, derrubou o ministro de Minas e Energia, Juan Valdivia, e duas autoridade

O esquema veio à tona pelas mãos de Fernando Rospigliosi, ministro do Interior do governo anterior de Alejandro Toledo, que entregou a uma emissora de televisão de Lima quatro fitas de vídeo que teriam chegado a ele de forma anônima.



Nelas, um membro do diretório da estatal Perupetro, Alberto Quimper, ex-advogado do presidente, combina com Rómulo León Alegría, ministro da Agricultura no primeiro governo García (1985-1990), em fevereiro deste ano, o recebimento de propina para o favorecimento da Discover Petroleum.



Em outro diálogo, segundo o jornal Peru 21, León, que foi expulso pelo partido Apra, de García, devido ao escândalo, pede conselhos a Quimper sobre como evitar a fiscalização dos US$ 100 mil recebidos ao longo de um ano do empresário dominicano Fortunato Canaán, possivelmente um representante da empresa.



No domingo à noite, García destituiu Quimper e aceitou a renúncia de César Gutiérrez, também membro do diretório da Perupetro e presidente da Petroperú. No sistema peruano, a primeira é responsável pela atração de investimentos e a segunda, pela exploração de petróleo. Na segunda-feira, aceitou a renúncia de Valdivia e cancelou as cinco concessões.



As fitas mostram ainda Canaán tentando obter de Quimper uma audiência com o premier, que o levaria a García. Castillo admitiu ter encontrado Canaán e León, e que estes lhe pediram audiência com o presidente, mas negou envolvimento.



Protestos



A Confederação Geral dos Trabalhadores do Peru (CGTP), Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Coordenadoria Política Social realizaram nesta terça-feira (7) uma jornada de protesto contra os atos de corrupção do governo e pedem soluções para os problemas do país.



Além das organizações de Lima, outras entidades do interior do país têm atendido a convocatória das agremiações e realizarão várias atividades, seguindo a orientação, como paradas, plantões, mobilizações, comunicados, entre outras expressões de rechaço ao governo.



Da redação, com agências