Equador admite que caso Odebrecht afetou relações com Brasil

O governo do Equador reconheceu nesta quinta-feira (16) que a expulsão da empresa brasileira Odebrecht afetou as relações entre os dois países. Em entrevista concedida à emissora de televisão Teleamazonas, a ministra das Relações Exteriores do Equador, Ma

“Não há dúvidas de que as relações com o Brasil foram afetadas de alguma maneira pelo caso Odebrecht, mas o episódio já foi resolvido”, disse a ministra. “Vamos avançar positivamente (nas relações com o Brasil), mas precisamos dar um tempo de repouso por toda essa situação.”



A chanceler sustentou que esse “repouso” é necessário principalmente porque “para o governo do presidente Lula da Silva, o caso Odebrecht teve uma reação um pouco forte por parte da opinião pública” brasileira.



No entanto, ela garantiu que as relações devem “voltar ao normal” e acrescentou que diplomatas brasileiros, incluindo o ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, declararam que “a única decisão tomada pelo Brasil em relação ao Equador é de não enviar ao país o seu ministro dos Transportes”.



Lula e o presidente do Equador, Rafael Correa, haviam planejado nesta semana um encontro entre os ministros dos Transportes dos respectivos países em Quito para impulsionar a construção de da estrada Manta-Manaus.



No mês passado, o presidente do Equador Correa decidiu confiscar os bens da Odebrecht, militarizar todas as outras obradas tocadas pela empresa e proibir alguns de seus altos executivos de deixar o país, devido a irregularidades constatadas no funcionamento da usina hidrelétrica de San Francisco.



Posteriormente, expulsou definitivamente a empresa do país, cancelando todos os contratos até então mantidos entre ela e o Estado equatoriano.



Nas últimas semanas, as relações bilaterais entre os dois países foram estremecidas por novos episódios, estes envolvendo a Petrobras, que ainda negocia mudanças no contrato pelo qual explora petróleo no país, e a estatal Furnas, também envolvida no caso Odebrecht, pois segundo o governo de Quito a empresa era responsável por fiscalizar as obras de San Francisco.
 


Fonte: Ansa Latina