Selton Mello responde a manifesto antinudez de Pedro Cardoso

O ator e diretor Selton Mello respondeu por escrito ao protesto de Pedro Cardoso contra a ditadura da nudez no cinema e na televisão, feito antes da sessão do filme Todo Mundo Tem Problemas Sexuais, de Domingos de Oliveira, no Festival do Rio. Me

No manifesto, Cardoso afirmou que “cineastas de primeiros filmes” promovem “sessões privês” para exibir a nudez de atrizes para amigos. As insinuações do ator apontam para Mello, que dirigiu Graziella Moretto em suas primeiras cenas de nudez no cinema no filme Feliz Natal.


 


Embora não assuma publicamente, Cardoso estaria namorando Graziella e ficou enfurecido com a notícia de que, nas folgas das filmagens, Mello convidava a equipe para assistir, em sua casa, a versões prévias do filme, que ele mesmo editava.


 


Leia a seguir a íntegra do texto de Selton Mello:


 



Tomando como ponto de partida o manifesto do ator Pedro Cardoso e o fato de a imprensa envolver meu nome e trabalho neste episódio, sinto-me no dever de me posicionar, fazendo uma reflexão em dois movimentos:


 


1- O filme Feliz Natal, dirigido por mim, foi concebido e realizado em um ambiente de harmonia, com todos os envolvidos – elenco e técnica – trabalhando com respeito mútuo e delicadeza. Delicadeza é o sentimento que reinou antes, durante e mesmo depois das filmagens, com manifestações carinhosas trocadas entre toda a equipe e elenco, felizes por termos exercido nosso ofício de forma tão inspirada e apaixonada. Portanto, estou seguro e muito contente por ter realizado um filme simples e delicado, conduzido com o respeito habitual que sempre tive com qualquer pessoa que tenha cruzado meu caminho, e assim foi durante toda minha vida como homem e artista. E escrevo isto em nome de toda uma equipe que sempre falou a mesma língua e pode atestar minhas afirmações.


 


2- Quanto a emitir uma opinião sobre o manifesto, penso que se uma cena de nudez estiver inserida em um contexto legítimo, como expressão genuinamente artística, sem traço algum de banalização, me parece algo bastante natural e belo. Há centenas de exemplos disto na história do cinema e da arte.


 


Selton Mello


 


Fonte: UOL


 


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