Castelista derrotado ataca Flávio Dino em entrevista
Numa entrevista à rádio São Luis AM no começo desta tarde, o candidato do PCdoB à Prefeitura de São Luis, Flávio Dino (PCdoB), teve mais uma vez que lidar com a baixaria e o anticomunismo dos seguidores do tucano João Castelo. “Seu candidato não tem o que
Publicado 21/10/2008 19:35
Uma liminar emitida hoje pela juíza Oriana Gomes impossibilitou Viana – candidato derrotado a vereador pelo PSDB – de fazer campanha pró-Castelo no “São Luís em Debate”, programa diário exibido pela TV São Luís, afiliada da Rede TV. Outras duas decisões importantes conseguidas pelos advogados de Flávio Dino foram a de proibir o adversário tucano de chamá-lo de inexperiente nos programas e a de usar imagens de Lula no programa do PSDB.
Talvez por isso Chico Viana tenha resolvido atacar Flávio Dino, dando uma aula de anti-jornalismo. O mote foi o velho anticomunismo. Questionado sobre o assunto de maneira irônica pelo castelista, Dino explicou que “comunismo vem de comunhão. E em nosso partido, temos católicos, evangélicos e gente de todas as religiões. Somos um partido democrático”, disse Flávio Dino. E completou: “nunca fui ateu e não há incompatibilidade (entre ser cristão e ser comunista)”. Castelo, disse, “é preconceituoso”. Por fim, salientou: “quero debater com Castelo e não com representante dele”. Visivelmente irritado, ao deixar o estúdio antes de acabar a entrevista, Viana explicitou sua preferência dizendo que Dino “vai perder”.
Ataques e baixaria
No começo da entrevista, que contou ainda com os jornalistas Rogério Silva e Renato Souza e com perguntas feitas por ouvintes, Flávio Dino contextualizou o debate. “Trata-se de uma disputa entre a verdade e a mentira, entre proposta e baixaria”, pontuou. Aliás, disse, “é uma disputa entre Flávio Dino e Duda Mendonça, que treinou Castelo e o embrulhou para presente, um cavalo de Tróia para o povo de São Luís”.
Sobre a participação de Lula, o comunista salientou: “tenho orgulho de ser parceiro de Lula. Vamos governar em parceria com ele e com o povo”. Questionado sobre o acirramento da campanha, Dino explicou que “o que mudou foi a conduta de João Castelo. Propus um pacto publicamente e na Justiça e ele não compareceu para assiná-lo e ainda passou a aumentar os ataques”. Esse clima gerado por Castelo, lembrou, “gerou a necessidade de esclarecer melhor a população sobre quem é quem nesta disputa. Não faço ataques à sua família, nem à sua intimidade”.
Como exemplo, Dino recordou o incidente ocorrido na noite de ontem (20), quando esteve com sua esposa e mãe no Templo Central da Assembléia de Deus, no bairro de Madre Deus, a convite do pastor Coutinho. Do lado de fora, partidários e militantes pagos por Castelo passaram a atacar Flávio Dino. “Os castelistas estavam lá para me agredir. Querem criar um clima violento, mas não vamos apelar para a baixaria”.
Dino disse ainda que não usa a religião para ganhar votos. “Não sou fariseu. Sempre fui cristão e respeito todas as religiões”. Os evangélicos, declarou, “estão comigo”.
Apoio ao atraso
“Castelo é de outro tempo e mesmo Jackson Lago (governador do Maranhão) já o combateu. Foi uma surpresa seu apoio ao tucano. Ajudamos a eleger Jackson para que o Maranhão caminhasse para a frente e de repente, (seu governo) está olhando para trás”.
Flávio Dino falou também sobre a tão propagada experiência do tucano. “Castelo foi governador dos militares. Foi tão bom administrador que o estado precisa de 56 anos – a partir do final de seu governo – para pagar a dívida que ele deixou”.
Embora ferrenho opositor, Castelo tem tentado, de maneira leviana, colar sua imagem à de Lula. Adesivos de sua campanha, por exemplo, dizem “sou Lula, sou Castelo”. “Castelo sempre lutou contra Lula”, enfatizou o comunista. E ressaltou: “tenho identidade com Lula, sou filho da mesma história”.
Dino também negou, mais uma vez, que tenha se reunido com a senadora Roseana Sarney. “Esta é mais uma das mentiras inventadas por Castelo. Nunca houve nada e a última vez que a encontrei foi no Congresso, na votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias”.
Propostas
Flávio Dino ressaltou que fará um governo “que olhe para a frente” e disse que na área da moradia, pretende construir 40 mil casas ao longo dos quatro anos de mandato como forma de amenizar o déficit habitacional que hoje chega a ser de 100 mil casas. Salientou que não irá demitir funcionários públicos mais sim aumentar o número deles para “garantir serviços públicos de qualidade para nossa população”.
No transporte, quer uma política de integração, de tarifas baixas e de corredores exclusivos. “A prioridade deve ser o transporte coletivo”, colocou.
Entre suas propostas para educação, vai implantar as escolas de tempo integral com atividades complementares e a primeira – que servirá de modelos para as demais – será no prédio do antigo Marista, onde Flávio Dino estudou. “Queremos democratizar a educação e dar direitos iguais para nossas crianças. Por que os filhos de nossos trabalhadores não podem ter direito a uma educação de qualidade?”, questionou.
De São Luis,
Priscila Lobregatte