Novo livro de Márcio Baraldi é 'vale-tudo contra o sistema'
O cartunista Marcio Baraldi lança, no dia 29 de novembro, o livro Vale-Tudo, 11ª obra de sua carreira. Quase em sua totalidade, as histórias foram concebidas durante sua adolescência. Publicadas em revistas como Chiclete com Banana,
Publicado 22/10/2008 19:12
Na obra, Baraldi questiona Deus, família, governo, igreja, forças armadas, machismo, relação do homem com a natureza e os animais, aids, suicídio. Como diz o cartunista, “é um 'vale-tudo' contra o sistema”.
O livro também traz uma fotonovela, onde Baraldi critica o mundo da TV, e três HQs em parceria com outros os cartunistas Marcatti e Bira Dantas. São 50 páginas coloridas em papel couché e capa plastificada. Os prefácios são dos jornalistas especializados em quadrinhos Paulo Ramos e Goncalo Junior.
Além disso, Vale-Tudo — publicado pela editora Opera Graphica em parceria com o GRRR!…(Gibi Raivoso, Radical e Revolucionário!), selo criado pelo próprio Baraldi — traz duas caricaturas do autor feitas por Rodolfo Zalla e Primaggio Mantovi, além de textos de jornalistas ou quadrinhistas como Ademir Medici, Julio Shimamoto, Gabriel Ba e Fabio Moon, Alexandre Nagado, Queiroz Pinto, Eloyr Pacheco e Marko Ajdaric.
Perfil
Baraldi pode ser considerado um dos cartunistas mais ativos e dinâmicos do Brasil. Além de desenhar para jornais sindicais, ele também colabora para revistas de rock, tatuagem, eróticas, de ufologia e até espíritas.
O cartunista começou trabalhando no Sindicato dos Químicos do ABC, nos anos 80. Natural de Santo André, ele era de família operária — fato que contribuiu para seu trabalho militante. “Vi o nascimento do PT e entrei na imprensa sindical com 15 anos”, contou, em maio, ao Portal Imprensa.
O movimento punk, muito forte no ABC nos anos 80, também o influenciou. Esse tema acabou levando Baraldi para outro caminho, não menos importante. Sem nunca abandonar o movimento sindical, em 1996 o cartunista criou os personagens Roko-Loko e Adrina-Lina para a Rock Brigade, a mais antiga revista de rock da América Latina.
Os personagens fizeram tanto sucesso que no mesmo ano ele passou a colaborar com mais duas revistas de rock, Dynamite e Metalhead, e uma de tatuagem, Metalhead Tattoo. Ele é o criador do primeiro — e provavelmente o único — personagem tatuador dos quadrinhos brasileiros, o Tattoo Zinho.
Temas díspares
“Faço quadrinhos sobre tudo que diz respeito à reivindicações da sociedade”, diz Baraldi, que considera o humor de seu traço “engajado, mas de altíssima credibilidade”. Porque é necessário ter muita delicadeza para falar de temas tão díspares como ufologia, rock, movimento sindical e espiritismo.
“Sou um dos poucos que mexem com esses temas. Tenho o personagem Dinho, o ET de Varginha, e o Vapt e o Vupt, dois passarinhos que falam de espiritualidade. E eles têm uma boa aceitação, porque eu respeito muito ambos os assuntos”, diz.
E de onde vem tanta criatividade para criar personagens tão diferentes e em mídias tão diversas, já que o cartunista também tem bonecos e games? “Gosto de ter liberdade; quando o editor me dá espaço, eu crio à vontade”, completa Baraldi.
Da Redação, com informações do Portal Imprensa