Novo livro de Márcio Baraldi é 'vale-tudo contra o sistema'

O cartunista Marcio Baraldi lança, no dia 29 de novembro, o livro Vale-Tudo, 11ª obra de sua carreira. Quase em sua totalidade, as histórias foram concebidas durante sua adolescência. Publicadas em revistas como Chiclete com Banana,

Na obra, Baraldi questiona Deus, família, governo, igreja, forças armadas, machismo, relação do homem com a natureza e os animais, aids, suicídio. Como diz o cartunista, “é um 'vale-tudo' contra o sistema”.


 


O livro também traz uma fotonovela, onde Baraldi critica o mundo da TV, e três HQs em parceria com outros os cartunistas Marcatti e Bira Dantas. São 50 páginas coloridas em papel couché e capa plastificada. Os prefácios são dos jornalistas especializados em quadrinhos Paulo Ramos e Goncalo Junior.


 


Além disso, Vale-Tudo — publicado pela editora Opera Graphica em parceria com o GRRR!…(Gibi Raivoso, Radical e Revolucionário!), selo criado pelo próprio Baraldi — traz duas caricaturas do autor feitas por Rodolfo Zalla e Primaggio Mantovi, além de textos de jornalistas ou quadrinhistas como Ademir Medici, Julio Shimamoto, Gabriel Ba e Fabio Moon, Alexandre Nagado, Queiroz Pinto, Eloyr Pacheco e Marko Ajdaric.


 


Perfil


 


Baraldi pode ser considerado um dos cartunistas mais ativos e dinâmicos do Brasil. Além de desenhar para jornais sindicais, ele também colabora para revistas de rock, tatuagem, eróticas, de ufologia e até espíritas.


 


O cartunista começou trabalhando no Sindicato dos Químicos do ABC, nos anos 80.  Natural de Santo André, ele era de família operária — fato que contribuiu para seu trabalho militante. “Vi o nascimento do PT e entrei na imprensa sindical com 15 anos”, contou, em maio, ao Portal Imprensa.


 


O movimento punk, muito forte no ABC nos anos 80, também o influenciou. Esse tema acabou levando Baraldi para outro caminho, não menos importante. Sem nunca abandonar o movimento sindical, em 1996 o cartunista criou os personagens Roko-Loko e Adrina-Lina para a Rock Brigade, a mais antiga revista de rock da América Latina.


 


Os personagens fizeram tanto sucesso que no mesmo ano ele passou a colaborar com mais duas revistas de rock, Dynamite e Metalhead, e uma de tatuagem, Metalhead Tattoo. Ele é o criador do primeiro — e provavelmente o único — personagem tatuador dos quadrinhos brasileiros, o Tattoo Zinho.


 


Temas díspares


 


“Faço quadrinhos sobre tudo que diz respeito à reivindicações da sociedade”, diz Baraldi, que considera o humor de seu traço “engajado, mas de altíssima credibilidade”. Porque é necessário ter muita delicadeza para falar de temas tão díspares como ufologia, rock, movimento sindical e espiritismo.


 


“Sou um dos poucos que mexem com esses temas. Tenho o personagem Dinho, o ET de Varginha, e o Vapt e o Vupt, dois passarinhos que falam de espiritualidade. E eles têm uma boa aceitação, porque eu respeito muito ambos os assuntos”, diz.


 


E de onde vem tanta criatividade para criar personagens tão diferentes e em mídias tão diversas, já que o cartunista também tem bonecos e games? “Gosto de ter liberdade; quando o editor me dá espaço, eu crio à vontade”, completa Baraldi.


 


Da Redação, com informações do Portal Imprensa