Paes e Gabeira: os apoios que revelam

No dia 20, os candidatos à Prefeitura do Rio mostraram mais uma vez caminhar para lados diferentes. Paes recebeu o apoio das centrais sindicais (CTB, CUT, Força Sindical, UGT, NCST e CGTB). Gabeira esteve com militares da reserva no Clube Militar, local q

Com o apoio dos trabalhadores, Eduardo Paes (PMDB) passa a reunir representações políticas e sindicais da base de apoio do presidente Lula, que inclui, além das centrais sindicais, partidos como PCdoB, PDT, PT e PSB. Estiveram presentes os deputados federais Edmilson Valentim, Brizola Neto e Carlos Santana; a deputada estadual Aparecida Gama e o vereador eleito Lenoel Brizola.



Eduardo Paes recebeu uma carta-compromisso, elaborada pelas centrais sindicais, onde se compromete a respeitar os direitos dos funcionários públicos municipais, entre outras reivindicações sociais, como um novo plano diretor, fim da privatização do espaço público e a valorização do trabalho, entre outros pontos.



“O apoio das centrais sindicais significa dizer que o nosso futuro governo vai ser voltado para as pessoas que precisam de ajuda nessa cidade. Tenho um grande respeito pelos servidores municipais, e eles podem ter a certeza de que seus direitos, como o reajuste anual acima da inflação, serão garantidos”, disse Paes.



Gabeira quer esquecer seu passado



O candidato do PV parece ter realmente se arrependido de seu passado de luta pela democracia. Quando mencionado o fato de ele e os militares terem estado em lados opostos no passado, Gabeira disse que isso era apenas influência “do período da Guerra Fria, mas hoje estamos juntos”, afirmou.



O presidente do Clube, general Gilberto Figueiredo, afirmou que o encontro foi pedido pela assessoria do candidato, mas não teve caráter de apoio. “Foi um encontro meio inusitado, um antigo guerrilheiro sendo recebido aqui no Clube Militar”, afirmou Figueiredo, que em 1970, quando Gabeira combatia a ditadura, servia como capitão em Campo Grande (hoje MS).



No encontro, Gabeira deixou escapar que gostaria da participação dos militares na elaboração de um plano de inteligência para a segurança da cidade, apesar de dizer que não seria com a presença de tropas nas ruas.



Durante a campanha, já estava claro o quanto Gabeira trocou de lado, com a aliança com tucanos e o apoio dos banqueiros. O candidato do PV defendeu ainda o “choque de gestão”, um forma de voltar com o período das privatizações e a redução da presença do Estado, como ocorria no período do governo FHC.