Hu Jintao defende cooperação internacional diante da crise

O presidente da China, Hu Jintao, defendeu a cooperação internacional contra a crise financeira na abertura da 7ª Cúpula Europa-Ásia, que reúne, em Pequim, os líderes de 43 países.

No auditório do Palácio do Povo de Pequim, ele disse que a crise financeira originada nos Estados Unidos “inquieta o povo” e também vai pesar sobre as expectativas de crescimento da China.
 


O presidente chinês assegurou que seu país está dando provas de “responsabilidade” ao adotar medidas internas de ajuste de sua política macroeconômica, e disse que vai contribuir para a estabilidade financeira internacional.


 
“A China já empreendeu planos para assegurar a estabilidade interior, aumentar a liquidez e impulsionar a demanda”, ressaltou.


 
Hu Jintao lembrou que a crise influi na conjuntura econômica de toda a Ásia e suscita o temor da população.


 
“A China apóia as iniciativas dos europeus para restaurar a confiança nos mercados, salvar os bancos da quebra e restabelecer o crédito, e espera que tenham plenário efeito o mais breve”, reiterou.


 
Com 1,3 bilhões de habitantes, a República Popular da China é, “um país em vias de desenvolvimento inserido no sistema econômico mundial”, assinalou.
 


Durante seu pronunciamento, Jintao também pediu aos participantes para abordarem, nestes dois dias de debate, desafios comuns como segurança alimentar, cooperação energética, respeito ao meio ambiente, prevenção de catástrofes e paz e segurança no mundo.


 
Mas sempre “dentro do respeito à mentalidade e ao modelo de desenvolvimento de cada um”, ressaltou, em clara mensagem aos países ocidentais que insistem nas hostilidades ao governo chinês.


 
“O destino da Europa e da Ásia é cada vez mais interdependente”, por isso, argumentou Hu, o lema eleito para esta reunião — “Visão e ação: rumo a uma solução duplamente vencedora” — é muito oportuno.


 
Na sua opinião, o objetivo é “assegurar a complementaridade” entre as economias de uma e outra região, e cooperar na agenda internacional “dentro de um espírito de igualdade que nos permita aprender uns com os outros”.


 
Devemos ir agora “ainda mais longe” do que se foi na Idade Média com a abertura da Rota da Seda, que conectou pelo comércio as civilizações européia e chinesa, disse.


 
Hu Jintao fez, em nome do povo chinês, um agradecimento pela ajuda recebida após o terremoto que em maio passado afetou a província de Sichuan, no centro do país.


 
Agradeceu também  a cooperação internacional enviada durante os preparativos e a realização dos Jogos Olímpicos de Pequim e dos Jogos Paraolímpicos.
 


“A China enfrentou neste ano enormes desafios. Apesar disso experimentou um crescimento substancial”, destacou.


 
Ele disse ainda que a economia do país enfrenta “dificuldades e desafios”, mas ressaltou que os “fundamentos” não mudaram desde o início da crise mundial.


 
“Os fundamentos da economia chinesa não mudaram”, disse ele na abertura da reunião de cúpula Ásia-Europa em Pequim.


 
“De todos os modos, a crise financeira mundial tem aumentado consideravelmente a incerteza e os fatores de instabilidade no desenvolvimento econômico da China”, constatou.



“Hoje enfrentamos muitos desafios e dificuldades”, concluiu.