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Chile: governo Bachelet é derrotado nas eleições municipais

A coalizão opositora Alianza por Chile venceu por uma estreita margem nas eleições municipais realizadas neste domingo (26) em 345 municípios chilenos e conseguiu se eleger em várias localidades consideradas fundamentais, enquanto a coalizão governista Co

Cerca de oito milhões de cidadãos foram às urnas ontem para eleger os 345 prefeitos e 2.144 vereadores. De acordo com os números divulgados pelo vice-ministro do Interior chileno, Felipe Harboe, a oposição obteve 40,56% contra 38,46% da coalizão governista, após a apuração de 6.224.344 votos válidos e 97,78% das urnas. A frente de esquerda Juntos Podemos Más, da qual faz parte o Partido Comunista Chileno, obteve, segundo a apuração, 6,36% dos votos, e a Por un Chile Limpio, formado por ex-governistas, 4%, enquanto os independentes alcançaram 10,2%, e A Força do Norte, um pequeno grupo regional, 0,38%.



No total, o PC chileno conseguiu eleger quatro prefeitos em todo país. O principal trunfo foi obtido por Claudina Nuñez, vencedora em Pedro Aguirre Cerda. As outras três vitórias confirmaram a boa gestão comunista nas cidades de Til Til, La Ligua e Diego de Almagro.



Unidade


Após a divulgação dos resultados, Bachelet pediu, em tom de autocrítica, ''mais unidade, mais unidade, mais unidade'' à coalizão governista, com a proposta de convocar a maioria dos chilenos ''para garantir que o Chile seja cada vez mais próspero, mais solidário, mais justo''.



Seu pedido foi feito logo após as eleições realizadas simultaneamente com cédulas eleitorais diferentes, para prefeitos e vereadores. ''Não podemos decepcionar a maioria'', insistiu Bachelet, segundo a qual ''a maioria dos chilenos é partidária a uma ordem social inclusiva''.



Enquanto a presidente discursava no Palácio de La Moneda, a poucas quadras dali, na Praça de Armas, o candidato presidencial de oposição Sebastián Piñera comemorava a vitória da oposição. ''As pessoas querem mudanças, um país melhor, uma vida melhor, e nós conseguimos esta grande vitória e este apoio com humildade, mas com um compromisso de futuro para liderar esta coalizão por uma mudança que traga uma vida melhor a todos os chilenos'', afirmou.



O prefeito eleito de Santiago, o engenheiro Pablo Zalaquett, antecipou que ''no próximo ano a Alianza por Chile estará no governo'', em alusão a uma eventual vitória de Piñera nas presidenciais de dezembro de 2009.



A coalizão de oposição venceu em número de prefeitos eleitos, enquanto os governistas obtiveram o maior número de vereadores eleitos, segundo dados oficiais, após a apuração de 73,29% das urnas no primeiro caso e 54,58% no segundo.



Na eleição de prefeitos, a Alianza por Chile obteve 40,24% dos municípios e o bloco governista 38,46%. Já nas eleições de vereadores, os governistas obtiveram 45,11% das cadeiras enquanto a aliança direitista ficou com 36,25%.



Segundo o ex-presidente Eduardo Frei, ''é preciso ouvir a voz das pessoas e do povo, assumir o resultado [eleitoral] com humildade''. ''Quero enviar uma mensagem de confiança e tranqüilidade a todos os chilenos. É uma lição para a Concertación e precisamos assumi-la. Devemos fazer uma autocrítica à Concertación e ao governo'', disse Frei, um dos pré-candidatos governistas às eleições presidenciais.



Para o outro ex-presidente pela Concertación, Ricardo Lagos, ''esta coalizão continua sendo maioria absoluta'', com oito pontos de diferença na eleição de vereadores. ''A presidente Michelle Bachelet continuará tomando medidas, com sua liderança internacional, como por exemplo, diante de temas como a crise financeira'', afirmou.



Da redação, com informações da Ansa Latina