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Cubano-americanos da Flórida se inclinam para Obama

Pesquisas de intenção de voto nas eleições gerais de 4 de novembro proximo no estado americano da Flórida, governado pelo irmão de George W. Bush, Jebb Bush, e onde os republicanos sempre obtiveram respaldo em suas intenções de chegada à Casa Branca, o

Os descendentes de cubanos, tradicionalmente eleitores republicanos, desta vez inclinam-se favoravelmente ao democrata Obama. Segundo a mídia latina de Miami, o fenômeno se acentuou devido à influência de outros latinos “que tendem a não identificar-se com nenhum partido ou a inclinar-se pelos democratas”.



Para o jornal americano La Vanguardia, a divisão é cada vez maior, e é debitada na diferença entre as gerações e, inclusive, diferenças ideológicas.



Os cubano-americanos da Flórida reagiram bem à propaganda de Obama, que reiterou seguidas vezes que “votar em McCain é dar continuidade às políticas de Bush, que geraram a crise econômica que sacode a Florida e que gasta US$ 10 milhões por mês na ocupação do Iraque”, diz o jornal.



A taxa de desemprego na Flórida é de quase 7% a mais que o índice oficial nacional, e só no ano passado foram perdidos 120 mil postos de trabalho, principalmente na construção civil, na qual a maioria dos latinos — cubano-americanos, diga-se — trabalham.



Susan MacManus, analista política e professora da Universidad del Sur da Flórida, indicou que os cubano-americanos do sul da Florida já não são tão republicanos como no passado, as segundas e terceiras gerações estão mais preocupadas na política doméstica que na política externa. Estão mais preocupados com seus empregos que por Cuba”.



“Os cubanos mais jovens, por exemplo, se opõem à restrição de viagens a Cuba, porque desejam ver seus familiares. Isso faz com que se sintam mais à vontade se identificando com o Partido Democrata”, comentou Susan.



Sandra Urquiza, coordenadora da Ong 'Democracia USA' no sul da Florida, que se dedica a registrar e mobilizar latinos durante as eleições, afirmou que “se definiam mais as posições entre democratas e republicanos, mas hoje registramos muitos que não se identificam com partido algum”.



Além da eleição presidencial, serão realizadas as eleições para o Congresso, e os latinos do sul da Florida demonstram que estão se distanciando cada vez mais dos republicanos.



Os irmãos Mario e Lincoln Díaz-Balart — herdeiros de uma das máfias cubanas mais poderosas dos EUA — estão tendo de arrancar votos à unha dos eleitores para não se verem derrotados por candidatos cubano-americanos democratas. A vaga de Ileana Ros-Lehtinen, a terceira cubano-americana republicana, também está em jogo.



O jornal La Vanguardia também registrou que os cubano-americanos hoje pouco falam de Cuba, mas sim da atual crise financeira e do risco que correm de perder suas casas, fora o medo de serem demitidos e não encontrarem mais empregos.