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Partidos que apóiam Lula governarão 72% do eleitorado nacional

Os partidos da base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vão comandar 20 das 26 capitais. O PMDB e o PT saem das eleições municipais com o controle de seis capitais cada. PSB, PTB, PP, PCdoB e PDT terão oito em mãos. Com as eleições em primei

A base aliada do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai governar 93,5 milhões de eleitores nos municípios em todo o país. A fatia representa 72,5% do eleitorado brasileiro. Graças à vitória em São Paulo, a oposição ficou com 35,4 milhões de pessoas. Segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), 128,9 milhões estavam aptos a votar no pleito deste ano.



A base de apoio a Lula no Congresso Nacional reúne 16 partidos. São: PT, PMDB, PSB, PDT, PCdoB, PRB, PR, PP, PTB, PV, PSC, PMN, PHS, PT do B, PTC e PRTB. A oposição é formada por PSDB, DEM, PPS e PSOL, que faz uma crítica de “esquerda” ao governo, mas não elegeu nenhum prefeito.



O bom desempenho da base governista foi “puxado”, sobretudo, por PMDB e PT, os dois primeiros colocados no ranking. Juntas, as duas siglas ficaram com 48,8 milhões de eleitores – PMDB com 28,8 milhões e o PT, 19,9 milhões. Em terceiro lugar aparece o PSDB, que perdeu posições, mas ainda consegue se manter como a principal força da oposição, com 17,5 milhões de eleitores. O DEM, grande derrotado destas eleições, vem a seguir: 15,9 milhões graças à vitória em São Paulo, que corresponde a quase 9 milhões de eleitores.



2º turno



A base aliada a Lula vai comandar 20 das 26 capitais brasileiras. O PMDB é o grande vencedor nas principais metrópoles no segundo turno. O partido conquistou quatro delas neste domingo (26): Rio de Janeiro, Salvador, Porto Alegre e Florianópolis. No primeiro turno, a legenda já tinha vencido em Goiânia e Campo Grande. Com o resultado, o PMDB se tornou, ao lado do PT, o partido que mais elegeu prefeitos em capitais nestas eleições – seis cada um. Os petistas venceram em Recife, Fortaleza, Vitória, Rio Branco, Porto Velho e Palmas.



Os peemedebistas estiveram presentes em 12 disputas. O PT foi o partido com mais candidatos. Foram 15 concorrentes – 50% das cidades com segundo turno. Os petistas alcançaram oito vitórias e, mesmo nas cidades onde perdeu, projetou lideranças que passam a ser peças importantes para o tabuleiro eleitoral de 2010.



Na disputa mais acirrada destas eleições, o PMDB se consagrou no Rio de Janeiro. A sigla, que já administra o governo estadual com Sérgio Cabral, viu Eduardo Paes (PMDB) travar uma disputa voto a voto com Fernando Gabeira (PV). Paes teve 1.696.195 votos (50,83% dos votos válidos), contra 1.640.979 (49,17%) de Gabeira. Ele explorou a “proximidade” com o presidente Lula e teve o apoio do PT.



Na capital baiana, o prefeito João Henrique Carneiro (PMDB), apoiado pelo ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) derrotou o deputado federal Walter Pinheiro (PT), que começou a disputa muito atrás nas intenções de voto mas conseguiu chegar ao segundo turno ultrapassando o deputado ACM Neto, que ficou em terceiro lugar. O peemedebista João Henrique, que também contou com o apoio do governo federal através do ministro Geddel Vieira Lima, é o segundo prefeito a permanecer no cargo por dois mandatos consecutivos – o primeiro foi o tucano Antonio Imbassahy (1997-2004), que também disputou as eleições deste ano, mas terminou em quarto.



Em Porto Alegre, a reeleição de José Fogaça (PMDB) quebrou um tabu. Desde 1924 que um mesmo prefeito não era escolhido para continuar a administração da cidade, caracterizada pelo tom oposicionista do eleitorado. Fogaça bateu Maria do Rosário, que buscava reconduzir o PT à prefeitura da capital gaúcha, que foi governada pela sigla durante quatro gestões consecutivas, de 1989 a 2004.



Já em Florianópolis, o prefeito Dário Berger emplacou o seu quarto mandato consecutivo. Ele foi prefeito de São José, na região metropolitana, por oito anos (1997-2003). Berger obteve 57% dos votos válidos e superou o ex-governador e ex-prefeito Esperidião Amin (PP), que teve 42%.



Apesar do fraco desempenho do DEM nas principais metrópoles – São Paulo é a única capital onde o ex-PFL obteve sucesso – a sigla conseguiu levar a “jóia da coroa” nesta disputa. Gilberto Kassab (DEM) venceu Marta Suplicy (PT) por 61% a 39% dos votos válidos. Com a inédita vitória em São Paulo, o DEM vai administrar um orçamento de R$ 29,4 bilhões (previsão para 2009) e uma metrópole de 11 milhões de habitantes.



Depois de liderar as pesquisas desde o início da campanha, o atual prefeito de Cuiabá, o tucano Wilson Santos, se reelegeu na disputa do segundo turno, derrotando Mauro Mendes (PR), aliado ao governador do Mato Grosso, Blairo Maggi (PR).



Em São Luís, depois de cinco derrotas consecutivas nas urnas, João Castelo (PSDB) conseguiu chegar, neste segundo turno, a um cargo executivo por voto popular. Governador do Maranhão (1979-1982) indicado pelo regime militar, já havia se candidato três vezes para prefeito, uma ao governo do Estado e outra para o Senado. Ele derrotou Flávio Dino (PCdoB), que apesar não ter sido eleito, sai da disputa consagrado como uma nova e importante liderança política do Maranhão.



Belo Horizonte foi um caso à parte. Fruto da polêmica dobradinha delineada pelo governador Aécio Neves (PSDB) e pelo prefeito Fernando Pimentel (PT), o empresário Marcio Lacerda (PSB) saiu do anonimato político para comandar uma das capitais mais importantes do país. Ele obteve 59% dos votos válidos contra 40% de Leonardo Quintão (PMDB), mas foi uma vitória sofrida. Durante a campanha, o candidato da “aliança”, tido como favorito, demorou para decolar e chegou a ser ultrapassado em diversas oportunidades pelos seus adversários.



Na região Norte, a oposição ao governo Lula não obteve sucesso neste segundo turno. Em Manaus, o ex-governador Amazonino Mendes (PTB) foi eleito com 57% dos votos válidos. Em Belém, o candidato Duciomar Costa (PTB) chegou à reeleição após superar José Priante (PMDB). Já em Macapá, Roberto Góes (PDT) reverteu a vantagem de Camilo Capiberibe (PSB) e reforçou o prestígio político da família Góes no Estado.



Em declaração à imprensa na tarde de ontem, o próprio presidente Lula reconheceu que esta foi uma eleição “atípica” e não escondeu a felicidade com o reconhecimento de sua popularidade: ''É a primeira campanha da história do Brasil em que todas as candidaturas, do PT ou do DEM, estão a favor do governo'', declarou Lula aos jornalistas após votar.



Da redação,
com informações da Folha Online