Sem categoria

Sobe-e-desce dos partidos em quatro eleições municipais

Apesar de fragmentadas, as eleições municipais podem ser examinadas em dimensões mais amplas, tanto no espaço como no tempo. Os dois gráficos que ilustram esta matéria mostram o desempenho de cada partido político na eleição para prefeito, na soma de todo

Os números ajudam a formar uma visão de conjunto. Eles relativizam, por exemplo, o desempenho do PMDB: de fato foi o partido que elegeu um maior número de prefeitos, mas esta tem sido uma tradição peemedebista e o número dos eleitos em 1996 foi até maior.



Já no número de votos o PMDB de fato quebrou um recorde histórico neste mês, com 17,8 milhões de votos para prefeito – graças ao desempenho em cidades populosas como Rio de Janeiro, Salvador, Porto Alegre e Belo Horizonte. O recorde anterior em eleições municipais era do PT em 2004: 16,3 milhões de votos.



Oposições perderam terreno



Os gráficos usam cores diferentes para as legendas do campo de sustentação do governo Lula e para aquelas da oposição, para facilitar as comparações. Note que os oposicionistas apresentam trajetória descendente, em especial depois que foram desalojados do governo federal, na eleição presidencial de 2002.



No caso do PSDB o recuo é menos pronunciado quanto ao número de prefeituras, e há até crescimento do número de votos (embora não chegue a compensar o crescimento do eleitorado neste período, que foi de 29%). No DEM, um brusco recuo fez ele cair do segundo para o quinto lugar em número de prefeituras (atrás do PMDB, PSDB, PT e PP). O número de votos também caiu acentuadamente, quase um quarto deles (todos os dados são do primeiro turno) concentrado no município de São Paulo – que passa a ser o único grande trunfo do partido.



No PPS, que tenta se alinhar com a oposição conservadora sem perder o discurso de esquerda ou centro-esquerda, a queda de 2004 para 2008 foi de quase a metade dos votos e mais da metade das prefeituras. O PSOL, em sua primeira eleição municipal, teve 779 mil votos em todo o país, concentrados nas capitais, e não elegeu nenhum prefeito.



O partido do presidente Lula, apesar do bombardeio midiático que tem sofrido, manteve a ascenção em número de prefeitos e teve uma queda no número de eleitores, de 16,3 para 15,8 milhões. Os partidos do campo pró-Lula, exceto o PP e o PDT, em geral melhoraram seus resultados. Os destaques, em número de prefeitos, foram para o PSB (de 178 em 2004 para 311 ao fim deste segundo turno), o PCdoB (de 10 para 40) e o PV (de 56 para 77).



Da redação, com agências e Banco de Dados Eleitorais de Jairo Nicolau