Prefeitura de Fortaleza contesta dados da PNAD

Representantes da Prefeitura de Fortaleza comentaram os números da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). O estudo traz a Região Metropolitana nas últimas posições nos quesitos moradia, coleta de lixo e saneamento básico

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), que apontam a Região Metropolitana de Fortaleza como a terceira pior do País em condições de moradia e a pior em termos de coleta de lixo, repercutiram dentro da Prefeitura. O diretor da Agência Reguladora de Fortaleza (Arfor), Humberto Júnior, contestou os números divulgados e a maneira como o assunto foi abordado pela imprensa. “Do jeito como saiu, dá a entender que as estatísticas se referem à Capital, quando na verdade dizem respeito à Região Metropolitana como um todo. Isso deveria ter sido reforçado na pesquisa e também nos jornais”, afirma.


 


Segundo o diretor, Fortaleza acabou sendo prejudicada pelos problemas existentes em outros municípios da Região Metropolitana. “Itaitinga, por exemplo, tem problemas sérios de coleta de lixo e esgotamento sanitário, assim como Caucaia e Maracanaú. Tudo isso contribuiu para que a Grande Fortaleza ficasse numa posição ruim na pesquisa”, explica.


 


No quesito coleta de lixo, a análise divulgada na última terça-feira mostrou a Região Metropolitana de Fortaleza no último lugar entre as dez áreas analisadas. A RMF apresentou uma cobertura de 96,4%, valor inferior à média nacional que foi de 99%. Na habitação, a Grande Fortaleza obteve o terceiro pior índice (62,2), ficando na frente apenas das áreas de Recife (45,3) e Belém (29,6).


 


A presidente da Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza (Habitafor), Olinda Marques, destacou a importância da pesquisa, ressaltando, no entanto, a necessidade de os dados serem compreendidos dentro de um contexto. “Moradia não se refere apenas à construção de casas, mas também à questão do saneamento e da regularização fundiária. Nesse sentido, os municípios da RMF não têm caminhado juntos. Se você separar Fortaleza da Região Metropolitana, vai ver que os índices da Capital são melhores, principalmente se levarmos em consideração cidades como Maracanaú, Pacatuba, Itaitinga e Maranguape, que são áreas com grande adensamento populacional”.


 


Saneamento



A pesquisa revelou ainda que o acesso da população da Grande Fortaleza ao sistema de água é de 88,5%, superior apenas ao da Região Metropolitana de Belém (64,5). Olinda Marques explica que as ações de saneamento são de responsabilidade do Governo do Estado, através da Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece). “As prefeituras não são gestoras do sistema de saneamento, mas desenvolvem projetos em parceria com o órgão”, reforça.


 


O gerente de projetos da Cagece, João Fernando Menescal, afirma que 51% da população de Fortaleza são atendidos com água e esgoto, mas não soube informar o percentual relativo à Região Metropolitana. “Só na Capital são 971 mil ligações. A Cagece está aumentando a rede coletora de Fortaleza e, nos próximos anos, o número total de moradores beneficiados deve chegar a 75%”, avalia.