Presidente da Infraero diz que é contra privatização de aeroportos
No dia 3, o presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), Sergio Gaudenzi, afirmou que é contra a privatização do Tom Jobim e disse que, se isso acontecer, vai resultar em um desequilíbrio geral na malha de aeroportos do
Publicado 05/11/2008 20:24 | Editado 04/03/2020 17:05
Gaudenzi disse que não é adepto da privatização individual de aeroportos. “Defendo a abertura de capital da Infraero como um todo, para que ela possa operar com aeroportos que são rentáveis, cerca de 15, e que a renda desses aeroportos possa sustentar os que não são rentáveis, cerca de 50”, ponderou.
Para o deputado federal Edmilson Valentim (PCdoB/RJ), é preciso garantir os investimentos para modernizar o Galeão e enfrentar os problemas que existem hoje. Para o parlamentar, a venda dos aeroportos pode trazer prejuízos à integração nacional, uma vez que os rentáveis sustentam os não lucrativos.
O presidente da Infraero também disse que a privatização dos aeroportos atinge questões de soberania e segurança nacional. Ele chegou a afirmar que sua posição é minoritária no governo federal, com exceção dos ministros militares.
“Se o caminho vai por esse lado, eu me sinto, no mínimo, na obrigação de por o cargo à disposição. O governo vai ver o que quer. Eu tenho uma posição e não recuo, porque acho que estou certo. Então eu deixo isso aí ao presidente [Luiz Inácio Lula da Silva], ao ministro [da Defesa, Nelson Jobim], tranqüilamente”, declarou.
Gaudenzi disse que o Galeão lucra cerca de R$ 17 milhões por ano e valeria, se fosse vendido, cerca de R$ 13 bilhões a R$ 15 bilhões. “Eu também, se tivesse muito dinheiro, faria uma proposta de comprar um aeroporto desses, como Galeão, Campinas, São Paulo, Salvador, Brasília, pois são excepcionais”, afirmou.
A Infraero coordena quase 28 mil funcionários, em 67 aeroportos, e tem um faturamento de R$ 2 bilhões. Também no dia 3, o presidente da Infraero autorizou o início das obras de revitalização no Aeroporto Internacional. Ao todo serão investidos cerca de R$ 600 milhões do governo federal, até 2010, em melhorias nos dois terminais. Deste total, a metade é verba do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).