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Crise abre novas perspectivas para a esquerda, diz boliviano

O secretário de Relações Internacionais do Partido Comunista da Bolívia, Marcos Domich, apontou em sua intervençao no 10º encontro dos Partidos Comunistas e Operários nesta sexta-feira (21) que a crise financeira pode criar oportunidades para a esquerda no mundo e, principalmente, na América Latina.

Domich afirmou que o partido comunista da Bolívia (PCB) não ignora que a crise financeira mundial atingirá a Bolívia. “Para o PCB, as crises são semelhantes e esta cria oportunidades para construir alternativas de esquerda”, afirmou.

A crise de 29 e a de 35, que desembocou na segunda guerra mundial, não atingiu a URSS. O maior perigo, hoje, é o capital procurar resolver a crise por meio da guerra, algo que já vem acontecendo desde 1999, com a guerra contra a Iugoslávia, depois com a invasão do Afeganistão em 2001, do Iraque em 2003 e com as agressões terroristas de Estado contra a Palestina e contra o Líbano ao longo destes anos.

Segundo Domich, a Bolívia vive uma crise política que teve seu auge em agosto e setembro passados. Com a vitória do presidente Evo Morales no último referendo, a direita saiu dividida da crise e sem liderança, o que fez o movimento fascista e separatista refluir no mês de outubro.

“O PCB aprovará em janeiro o referendo da nova constituição, mas assinalará as suas contradições”, afirmou, referindo-se à votação que submeterá a constituição à aprovação popular.

A eleição presidencial nos Estados Unidos também foi tema da intervenção do dirigente boliviano no encontro.

“A crise global do capitalismo levou a opinião pública internacional a pensar em uma alternativa ao sistema. A rotunda derrota do partidore publicano nos EUA é reflexo dessa crise. Foi um voto de castigo contra a administração Bush”.

O PCB considera que houve grande conquista no campo ideológico. ''Atualmente vivemos uma fase de liqüidação do neoliberalismo e resgate do Estado boliviano, de setores estratégicos da economia nacional'' comentou Domich.

Da redação