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Para húngaros, fim do socialismo na Europa é mais claro hoje

Em sua intervenção durante o primeiro dia do 10.º Encontro Internacional dos Partidos Comunistas e Operários, realizado em São Paulo, Gyula Thürmer, presidente do Partido Comunista dos Trabalhadores da Hungria, fez um balanço dos 20 anos de destruição do sistema socialista em seu país.

“20 anos se passaram da contra-revolução. Temos cada vez mais claras as razões que levaram ao colapso o socialismo na Europa Oriental.”

“O socialismo foi perdido porque os líderes soviéticos não quiseram manter o equilíbrio de poder e praticamente pararam de lutar contra o capitalismo”.

Foi perdido porque muitos partidos comunistas, após chegarem ao poder, perderam contato vital com as massas operárias, e mudaram para uma “nova classe”, como disse o escritor iugoslavo Milovan Djilas.

Foi perdido porque China e União Soviética tomaram rumos diferentes. Porque após a morte de Stálin a liderança soviética não aceitou Mao como novo líder do movimento revolucionário. E, tempos depois, ao invés de cooperar, Gorbatchiov tentou persuadir os chineses a aceitar o modelo da perestroika”.

A experiência do socialismo nos ensina que não há vitória sem uma ideologia transparente. Consideramos que o revisionismo e o oportunismo é agora o maior perigo que ameaça o movimento comunista. É ruim ser pobre, é ruim não ter dinheiro, mas nós perderiamos tudo se dessistíssemso de nossa convicção ideológica, se desistíssemos do Marxismo-Leninismo.

O reformismo não desaparecerá por si só. Nós temos de lutar contra isto, lutar ideologicamente, politicamente e de forma organizada.

A situação na Hungria está mudando. O povo já passou 20 anos no capitalismo e tem uma rica experiência concreta. Após 20 anos muitos húngaros entendem o que significa a exploração capitalista, o desemprego e a injustiça social. Por outro lado, os húngaros apreciam a existência do Partido Comunista dos Trabalhadores da Hungria, que sempre esteve no seu lado e lutou por seus interesses”.

“Não há uma situação revolucionária na Hungria e na região, mas as tensões políticas e sociais estão aumentando. Estamos convencidos de que a Europa oriental é uma importante reserva do processo revolucionário geral”.