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Cuba aos PCs: “Somar, unir e multiplicar as nossas forças”

“Há que somar, unir e multiplicar as nossas forças. Não existe outra alternativa. A presente crise, mesmo sem significar o fim do capitalismo, oferece-nos uma oportunidade”, observou Fernando Estemoz, secretário de Relações Internacionais e chefe da delegação do Partido Comunista de Cuba, no Encontro de 66 PCs que ocorre em São Paulo. Cuba socialista é uma das experiências mais valorizadas no evento. Veja extratos da fala de Estemoz.

Estemoz: “Enorme responsabilidade”
 “Agradecemos aos queridos companheiros do PCdoB pela excelente preparação e organização deste 10º Encontro dos Partidos Comunistas e Operários”, disse o representante cubano.  “Em fevereiro, quando o grupo de trabalho decidiu esta convocação, não conhecíamos ainda os acontecimentos recentes que aguçaram as contradições insolúveis do sistema capitalista. Uma vez mais se ratifica que o capitalismo não só não é uma solução para os problemas atuais como é a sua causa”, observou Estemoz.

Embora acusando “a política selvagem da administração Bush e seus aliados”, Estemoz não deixou lugar a dúvidas: “O responsável pela crise é o sistema capitalista”.  “Esta nova crise – prosseguiu – reafirma uma vez mais as idéias marxistas-leninistas, e aquilo que constitui o objetivo do nosso trabalho, a necessidade de mudar o mundo.”

As medidas de escape financeiro nos Estados Unidos, Europa e outros lugares mostram que o interesse das elites dominantes é manter seus privilégios. Como resultado, se aprofundarão as desigualdades”, previu o dirigente cubano.  “Fica aqui reiterada a necessidade de se lutar por uma mudança do sistema capitalista. Nós, comunistas, temos uma enorme responsabilidade. Há que travar, mais do que nunca, a batalha das idéias. Há que trabalhar mais e melhor as novas gerações, ajudá-las a superar toda a manipulação midiática atual”, conclamou Estemoz.  “Há que somar, unir e multiplicar as nossas forças. Não existe outra alternativa. A presente crise, mesmo sem significar o fim do capitalismo, oferece-nos uma oportunidade”, observou.

Fernando Estemoz, como muitos oradores que o antecederam, comentou a vitória de Barack Obama nas eleições presidenciais dos EUA. Embora assinalando o “desejo de mudança” que ela expressa, observou: “Não devemos esperar mudanças de fundo. O capitalismo não supera a si próprio.”  O representante cubano apresentou propostas práticas ao Encontro dos PCs, como “criar uma página na web com enfoque marxista”. Observou que “sem dúvida é possível avançar em nosso empenho para construir um mundo de justiça e igualdade”. Fez ainda uma saudação especial à América Latina, que “em apenas uma década se converte em um dos principais cenários de enfrentamento do capitalismo”.

Estemoz prestou informações sobre os estragos causados pelo recente furacão Paloma:” US$ 10 bilhões de prejuízos, quase meio milhão de casas danificadas, impactos nas redes de energia e de abastecimento. Entretanto, “graças à evacuação, as perdas humanas foram mínimas”, assinalou.  “Não renunciamos e nem renunciaremos aos planos estratégicos de desenvolvimento econômico e social, baseados na noção de que o principal capital é o humano”, afirmou, sobre as perspectivas da ilha.  Estemoz lembrou que Cuba já “derrotou dez administrações norte-americanas com sua criminosa e inútil política de bloqueio”. Recordou também a recente condenação “quase unânime” desta política na assembléia das Nações Unidas, assim como a causa da libertação dos Cinco Patriotas Cubanos arbitrariamente presos nos EUA. Manifestou ainda que o 50º aniversário da Revolução Cubana, que transcorrerá em breve, “é uma celebração que pertence a todos os revolucionários do mundo”.