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PC de Belarus: hegemonia dos EUA se quebra à nossa frente

BelarusNa opinião da presidente do Partido Comunista de Belarus, Tatiana Golubeva, a crise do sistema capitalista prova, uma vez mais, que “a sociedade deve ser construída em planejamento”. Ao intervir nesta sexta-feira (21), durante o 10º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários, em São Paulo, Tatiana afirmou que uma dos impactos mais relevantes da crise é que “a hegemonia dos Estados Unidos se quebra à nossa frente”.

A belarrussa Tatiana Golubeva
“O sistema financeiro ruiu, e os bancos estão falindo. A crise se tornou uma ameaça a todos os países”, opinou a dirigente belarrussa. Com isso, diz ela, as teses dos forjadores do socialismo científico ? os filósofos alemães Karl Marx e Friedrich Engels ? chegam com força à atualidade.

“Um governo deve oferecer, gratuitamente, tudo de que sua população necessita para sobreviver dignamente ? estudos, moradia, assistência médica e apoio previdenciário. Só os comunistas podem garantir esses direitos dos povos e promover justiça social”, relatou Tatiana, agregando que seu partido defende “idéias de igualdade para todas as camadas da população” e “preserva os valores morais”.

Sem perder sua coerência ideológica, o PC de Belarus se revelou notadamente interessado em estudar as experiências socialistas da China e de Cuba, além da onda progressista que dinamiza a América Latina. “É muito simbólico que esse Encontro de Partidos Comunistas e Operários ocorra pela primeira vez neste continente”, disse Tatiana.

A crer no relato da dirigente, os comunistas de Belarus vivem um momento de avanços. Com pouco menos de 10 milhões de habitantes e às vésperas de completar 90 anos de sua independência, o país do Leste Europeu festeja a boa fase de sua economia, com 10,3% de crescimento, “indústria em expansão” e “uma incrível safra agrícola”. Nos últimos cinco anos, as despesas com saúde cresceram quase três vezes, “a ponto de Belarus se destacar em cirurgias avançadas”.

“O PC apóia esse caminho”, afirma Tatiana Golubeva. “Nossa plataforma está em sintonia com o governo do presidente Alexander Lukachenko. É uma gestão que se assenta no apoio popular”. Em Belarus, embora o voto seja facultativo, mais de 80% dos eleitores foram às urnas neste ano, num pleito que teve a crise financeira como pano de fundo. “O povo não permite a entrada da direita no Parlamento.”

 
De São Paulo,
André Cintra