PC Sírio aponta oportunidades para a esquerda no mundo
Hunein Nemer, primeiro secretário do Partido Comunista Sírio, ressaltou as grandes mudanças ocorridas na Rússia e no mundo desde o fim da União Soviética.
Publicado 24/11/2008 20:05 | Editado 13/12/2019 03:30
Nemer comparou a Rússia do tempo de Boris Iéltsin com a atual, presidida por Dmitri Medvedev mas que tem como agente principal o premiê Vladímir Pútin.
A remoção de Iéltsin do poder, no fim da última década do século 20, também retirou também os seus apoiadores, sionistas e capitalistas americanos, da cena política russa.
No lugar de Iéltsin a burguesia russa colocou Pútin, que tenta restaurar a autoridade e a grandeza da Rússia na Europa e na Ásia.
Nemer também colocou em foto o crescimento econômico da China e seu papel no mundo. “A China torna-se, dia após dia, um grande gigante, econômico e político, cujo papel na política internacional é cada vez maior e que também traz benefícios para o mundo progressista”.
Em relação à crise econômica, Nemer aponta o provável enfraquecimento dos EUA como potência unipolar a liderar o mundo. A crise “eliminou a influência capitalista liberal”, considerou.
Em relação ao papel dos comunistas no futuro, Namer considera que o movimento comunista internacional acordou, após o grande choque que o colapso da União Soviética representou.
“Após o fracasso do ataque americano, nós acreditamos que temos agora cada vez mais fortes fatores que nos permitem aumentar nossas atividades e obter mais sucessos”, destacando que a crise financeira enfraquece o papel dos EUA no mundo, destacando a falência do ataque colonial militar americano a vários países, a falência da ideologia neoliberal, atraindo novas luzes para a ideologia marxista.
No entanto, Nemer aponta que a luta contra o imperialismo tende a ser mais intensa agora. “Não podemos esquecer que os EUA têm o maior PIB do planeta, é a nação mais rica do mundo, consumindo 25% do que o mundo produz e produzindo 20% do total mundial”.
“Acreditamos que o papel de nossos partidos agora deve ser o de aumentar as alianças e frentes nacionais contra o unilateralismo, fortalecer a luta contra os regimes que preferem investir em bancos ocidentais a investirem na produção industrial, apoir os regimes progressistas e socialistas da América Latina, encorajar o ressurgimento da Rússia, fortalecendo seu papel na situação internacional”, considerou.
O PC Sírio, por meio de seu representante, também considerou o “respeito às particularidades ideológicas e à implementação prática da experiência chinesa, que obteve tremendas conquistas”.
Uma das idéias apresentadas pelo PC Sírio foi o estabelecimento de uma emissora de televisão comum aos partidos comunistas.
Da redação
O PCdoB viveu neste sábado (22) mais um grande capítulo de sua história, ao promover o Ato Político em Solidariedade aos Povos da América Latina e Caribe. Com mais de mil participantes, o evento foi realizado na quadra do Sindicato dos Bancários de São Paulo e integrou a programação do 10º Encontro Internacional de Partidos Comunistas e Operários.
Durante o 10º Encontro de Partidos Comunistas e Operários, que termina neste domingo (23), em São Paulo, o PC Alemão (DKP), por meio de seu presidente Heinz Stehr, apresentou intervenção que diagnostica problemas a serem enfrentados pela esquerda mundial e apresenta propostas de ações integradas entre as organizações. “Exigimos uma União Européia fundamentalmente diferente que compreenda todos os países europeus, uma refundação da União Européia”, diz o documento publicado a seguir na íntegra.
“O governo detém ainda fortemente a sua agenda de direita, incluindo o pleno apoio para o imperialismo dos EUA e sua busca pela dominação mundial. Os conservadores querem expandir o papel militar do Canadá na ocupação EUA / OTAN e na guerra no Afeganistão”. A colocação foi feita por Kimball Cariou, membro do Comitê Central do PC do Canadá, durante o 10º Encontro de Partidos Comunistas e Operários, que termina neste domingo. O partido acusa as ações de “integração profunda” entre Canadá e Estados Unidos como instrumentos de aceleração da “venda da soberania canadense”.
Chris Matlhako, o secretário de Relações Internacionais do Partido Comunista Sul-Africano (SACP, na sigla em inglês), foi o orador escolhido para falar em nome dos 65 PCs no ato público deste sábado (22), na Quadra dos Bancários, São Paulo. No domingo, ele falou a Bernardo Joffily, para o Partido Vivo, e explicou que os comunistas, nas eleições de 2009, mesmo mantendo a aliança no interior do CNA lançarão seus candidatos em listas próprias, “independentes, carregando a bandeira vermelha do SACP”.