Bairro do Pirambu ganha mapa digital em 3D
Documento histórico é feito pelos jovens do bairro, através de um curso apoiado pelos Editais da Cultura 2007, na categoria Mídias Digitais
Publicado 27/11/2008 11:41 | Editado 04/03/2020 16:35
Entrar, conhecer, passear e entender o bairro do Pirambu através do computador, tudo em 3ª dimensão. Esta é a missão do projeto “Cidade Virtual”, que está desenhando o lugar em 3D, tendo como referência seus extremos: da Marinha à Barra do Ceará, da Leste Oeste até a praia.
Coordenado pelo artista plástico e técnico de efeitos audiovisuais Davi Florêncio e apoiado pela Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor), através dos Editais da Cultura 2007, categoria Mídias Digitais, o projeto está registrando a memória paisagística e urbanística do bairro, que vem passando por mudanças, para estimular a comunidade do Pirambu a reconhecer sua própria história.
A tarefa de mapear o Pirambu tem sido feita por vários jovens do local. Davi ministra aulas do software gratuito Blender (que possibilita a criação de imagens em 3D) a cerca de 30 alunos. Divididos em 3 turmas, os aprendizes têm aulas em lan houses do bairro, parceiras de Davi nesta empreitada, que também conta com o apoio da Acartes (Academia de Ciência e Artes do Pirambu). “Eles fotografam ruas e casas, transportam estas imagens para o Blender e depois começam a dar forma a elas”, explica Davi.
O curso é totalmente gratuito e ensina, em módulos, noções de modelagem, criação de personagens, iluminação, animação, foto-realismo e texturização. “O Blender me oferece muitas possibilidades. Vou poder aplicar estes conhecimentos em maquetes de casas, prédios, animações. Não existe curso similar em Fortaleza, sobretudo gratuito – e cursos nesta área são muito caros”, comenta Eduardo Martins, técnico em designer. Davi acrescenta que cada módulo do curso, se fosse pago, custaria em torno de R$ 1,5 mil.
O técnico em audiovisual e ator Rafael Alves acredita que esses aprendizados vão ampliar a sua noção espacial e geográfica do bairro, bem como desfazer o estigma de lugar violento para o resto da cidade. “O Pirambu tem uma grande efervescência cultural e vem despontando nas áreas de mídia e novas tecnologias. Este curso só vem a somar com a diversidade cultural e social que existe aqui”.
Davi Florêncio adianta que o documento digital do Pirambu pode servir de base para estudos e profissionalização nas áreas de Engenharia, Arquitetura, produção de games e modelagem de personagens. “Depois de pronto, o mapa pode ser usado como cenário para criação de games. Também já contatamos a Semam [Secretaria Municipal de Meio Ambiente], que pode aproveitar o mapa para localizar os pontos onde não há saneamento e preservação ambiental, e a Habitafor [Fundação de Desenvolvimento Habitacional de Fortaleza], que vai ter dados precisos sobre a quantidade de casas e números de habitantes por residência”. O técnico também avisa que o documento pode ser aproveitado por universidades.
Fonte: Assessoria de Imprensa da Secultfor