Discutindo a crise Capitalista
O membro do Comitê Central do PCdoB e economista Sérgio Barroso palestrou, na noite desta quarta-feira (03), para um auditório lotado sobre as origens, os efeitos e as conseqüências da atual crise econômica mundial. Fizeram parte da conversa, que teve com
Publicado 04/12/2008 20:17 | Editado 04/03/2020 16:59
Sérgio Barroso fez uma rica e importante explanação sobre o crescimento desenfreado e esmagador do Capitalismo. “Principalmente, entre as décadas de 40 e 70”, colocou. “Todo esse processou se deu prioritariamente nos Estados Unidos que, nessa época, conseguiu sobrepor o dólar ao ouro como moeda de câmbio no Fundo Monetário Internacional”, completou.
Porém, segundo o economista, uma das falhas do Capitalismo é o descontrole sobre os recursos financeiros, a entrada e saída de dinheiro, e a compra e venda desenfreada de produtos. “Isso começou a causar rombos na economia dos países que tinham e têm o Capitalismo como regime financeiro. Isso, sem contar a concorrência, que é algo inerente a esse sistema. Daí por diante, entre os anos 80 e 90, o Capitalismo começou a ter seu declínio com sucessivas quebras no Mercado Financeiro”, argumentou.
Barroso comentou que, desde então, os Estados Unidos vêm criando pacotes financeiros para proteger pura e simplesmente a sua economia. Para se manter no patamar de potência do mundo. “O problema é que desde 2007 esta crise vem se arrastando e agora estamos vendo nitidamente seus efeitos, com foco na economia norte-americana”, disse.
Numa visão mais local, Humberto Costa acrescentou que o Brasil vai sofrer, sim, os efeitos desta crise econômica, mas não por estar fragilizado. Pelo contrário, “a crise vai chegar ao país por estarmos muito bem posicionados financeiramente e próximos às grandes potências”.
Na opinião do secretário das Cidades, o Brasil está mais resistente e seguro ante estes perigos, pois é uma nação em ascensão. “Esta é a hora de revermos algumas idéias que nos foram vendidas ao longo dos anos”, apontou.
Luciano Siqueira salientou que é preciso ver a crise por um lado positivo, pois quem mais tem se sobressaído neste momento são os países em desenvolvimento, como o Brasil. Mas, o vice-prefeito lembrou que é importante manter a união e a unidade popular. “Nós precisamos do povo trabalhando, dos sindicatos lutando unidos”, afirmou.
“Vejam os blocos regionais que vêm se criando nos países da América do Sul, por exemplo. O presidente Lula trabalhou e trabalha até a exaustão para que estes países sigam firmes e fortes. Nós não podemos deixar isso de lado”, ressaltou.
Logo após a palavra dos palestrantes, o público pôde participar trazendo os seus questionamentos e alternativas para superar a crise financeira. Especificamente, aqui no Brasil e em Pernambuco.
Na manhã desta quinta-feira (04), antes de seguir viagem, Sérgio Barroso visitou o Complexo Portuário de Suape. Um dos grandes pólos de desenvolvimento e atração de recursos para Pernambuco, situado entre os municípios de Ipojuca e Cabo de Santo Agostinho.
O encontro, que durou mais de duas horas, foi realizado no auditório do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe). Mediados pelo secretário de Organização do PCdoB/Pernambuco, Lúcio Monteiro, o palestrante e debatedores colocaram as suas impressões e conseqüentes opiniões sobre os efeitos da crise econômica no Brasil e no mundo.
Do Recife,
Daniel Vilarouca