Dick Cheney defende tortura em Guantânamo
Em entrevista à rede de televisão americana ABC, nesta segunda-feira (15) à noite, o ainda vice-presidente americano considera que o campo de concentração da base ilegal de Guantânamo, em Cuba, não deve ser fechado e sai em defesa das ''técnicas'' de i
Publicado 16/12/2008 13:58
O número dois da administração Bush afirmou que ''não seria responsável'' fechar Guantânamo, uma vez que a suposta ''guerra contra o terror'' ainda não teria terminado.
Para Dick Cheney outros assuntos merecem prioridade, por exemplo o que fazer com os prisioneiros na base em Cuba. O fechamento do campo de concentração de Guantânamo foi uma das promessas de Barack Obama durante a campanha, reafirmada depois da vitória nas eleições.
É também defendido pelas organizações de direitos humanos e civis, mas o vice-presidente de Bush discorda: ''Depois de capturar um punhado de terroristas, como fizemos no Afeganistão e outros lugares, temos de colocá-los em algum lugar'', troveja.
''Se os trazemos para os Estados Unidos e os apresentamos aos tribunais americanos, eles se beneficiariam de todos os direitos que só se aplicam aos cidadãos americanos. Tem de se recordar que são combatentes inimigos'', sofismou.
Na mesma entrevista, Cheney não admitiu que alguns interrogatórios contra prisioneiros do campo de concentração ''tenham ido longe demais'', mostrando-se a favor da tortura conhecida por waterboarding, usada pelas forças armadas dos EUA de modo freqüente.
Cheney admitiu que sabia que o waterboarding tinha sido usado contra Khalid Sheikh Mohammed, o suposto planejador dos ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.
Mais de 200 detentos permanecem no campo de concentração de Guantânamo, o que tem sido largamente condenado pelas organizações de direitos humanos.