Rivais do Congresso Nacional Africano lançam novo partido
Membros insatisfeitos do Congresso Nacional Africano (CNA), o partido no poder na África do Sul, nomearam nesta terça-feira (16) o presidente de seu novo partido, o Congresso do Povo (Cope, em inglês), em um evento realizado em Bloemfontein, a capital
Publicado 16/12/2008 12:45
O partido confirmou Mosiuoa “Terror” Lekota, o ex-ministro da Defesa, como líder da agremiação. Milhares de simpatizantes se reuniram em Bloemfontein para marcar o ato formal de nascimento do novo partido, um gesto que é visto como o maior desafio visto pelo CNA desde que chegou ao poder com o fim do Apartheid, em 1994.
Um dos representantes do novo partido disse que “o povo decidiu eleger Mosiuoa Lekota como nosso líder”. Mbhazima Shilowa, o ex-premiê da província de Gauteng, foi indicado como vice-presidente do partido, junto com Linda Odendaal.
No mesmo dia e na mesma cidade, o CNA realizou uma grande manifestação. O Cope é acusado de oferecer pouco mais que críticas ao CNA.
O CNA manifestou preocupação com o êxodo de membros para o novo partido, e procurou saber se há sinais de descontentamento suficiente entre os eleitores para diminuir bastante a margem de liderança dos governistas no Parlamento.
“Nós somos o partido do futuro. O COPE é o partido do futuro”, afirmou Lekota. Grande parte do discurso do líder foi dedicada a criticar o ANC, mesmo que Lekota tenha participado durante anos do partido e atuado na formulação das políticas governistas.
O novo partido foi fundado após a queda de Thabo Mbeki como presidente do país, em setembro. Lekota qualificou a saída de Mbeki como “não democrática”, indicando que o Cope terá muitos adeptos de Mbeki em suas fileiras. Lekota deixou o Ministério da Defesa ao mesmo tempo que Mbeki, que foi substituído por Kgalema Motlanthe.
Para o correspondente da TV catariana al-Jazira na África do Sul, Bernard Smith, “a questão incomum para esse partido é que ele é um movimento de base mas não nasce com um manifesto nem com uma política determinada”.
“A prioridade do Cope hoj e é criar um manifesto e dizer ao povo reunido aqui quais serão suas políticas. O Cope não pode achar que vai angariar votos das pessoas só porque é contra o CNA. Eles precisam ter alguma coisa para dizer a elas”, considerou.