Assembléia de jornalistas decide parar o Diário do Nordeste nesta terça-feira (23)

Em assembléia que lotou o Sindbar na última quinta-feira, a categoria deliberou por unanimidade parar a redação do jornal Diário do Nordeste nesta terça-feira, dia 23 de dezembro, a partir das 15 horas. Os jornalistas também decidiram apresentar uma contr

A contraproposta foi enviada na manhã do dia 20 ao diretor Administrativo do Sistema Verdes Mares (SVM), Igor Queiroz; ao superintendente do SVM, Ricardo Nibon; ao superintendente do Diário do Nordeste (DN), Pádua Lopes; ao diretor-editor do DN, Ildefonso Rodrigues; à presidente do jornal O Povo, Luciana Dummar; ao presidente do sindicato patronal, Mauro Sales, advogado do jornal; ao diretor-geral de Jornalismo do OP, Arlem Medina; e demais diretores da empresa.


 


A categoria não aceitou discutir a cláusula da pré-aposentadoria, que impede a demissão de jornalistas que estão a dois anos de se aposentar. Entretanto, numa sinalização de que está disposta a negociar, abriu mão da proposta da criação do Fundo de Capacitação Profissional.


 


“Não existe saída para a categoria que não seja coletiva. Eles estão nos testando. Nunca travaram a mesa de negociação sem antes chegar à inflação”, alertou a presidente do Sindjorce, Deborah Lima.


 


Para mostrar que não aceitam esse tipo de tratamento por parte do Sindicato das Empresas de Jornal e Revista no Ceará (Sindjornal) os jornalistas decidiram fazer uma manifestação na porta do Diário do Nordeste. “Dia 23 vamos cobrar uma resposta dos patrões”, avisa Déborah Lima.


 


O assessor jurídico do Sindjorce, Carlos Chagas, destacou que a negociação chegou a um impasse. “Os empregadores insistem em permanecer num patamar abaixo da inflação, não havendo reposição de toda corrosão inflacionária. O Sindjorce avalia que não há uma proposta considerável. O que há é uma imposição de perdas”, disse o advogado.


 


Apoio de três centrais, três federações e oito sindicatos


 


Além de contar com jornalistas de jornal, de revista, de rádio e TV, de assessores de imprensa e aposentados, a assembléia foi prestigiada por representantes de outros sindicatos como os gráficos, que estão em negociação salarial; comerciários, que acabaram de fechar acordo com 9% de reajuste e bancários, que depois de greve recente conquistaram reajuste de 10%.


 


Representantes de três centrais sindicais – Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas) – estiveram no sindicato para criticar a intransigência dos patrões que estão inviabilizando o fechamento da negociação iniciada há quase quatro meses e, sobretudo, para prestar apoio à categoria.


 


“É importante ressaltar que estamos falando de resultados já auferidos. Temos que continuar avançando para garantir aumento real de salário. Os banqueiros também tentaram utilizar a crise como argumento, mas nós conseguimos não só aumento real de salário como ampliar participação nos lucros”, disse Carlos Eduardo Bezerra Marques, diretor do Sindicato dos Bancários e da CUT-CE.


 


O presidente do Sindicato dos Gráficos, Rogério Andrade, ressaltou que “os patrões estão fazendo um esforço grande para que as duas categorias não estivessem juntas nessa campanha”.


 


A negociação com os gráficos ainda não foi fechada, mas, ao contrário do que fez com o Sindjorce, o Sindicato Patronal já propôs a inflação. “Mesmo que a gente feche, estaremos juntos nessa mobilização”, destacou.


 


Também prestigiaram a assembléia dos jornalistas representantes da Federação dos Trabalhadores no Comércio (Fetrace), Federação dos Servidores Públicos Municipais (Fetamce), Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), do Sindvalores, eletricitários, vigilantes, metalúrgicos e servidores do município de Milhã. Todos irão apoiar os jornalistas no protesto no Diário do Nordeste dia 23.


 


Fonte: Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Ceará