Capistrano: Cuba, 50 anos de uma Revolução

A pequena ilha caribenha transformou-se em símbolo de resistência a dominação imperialista e exemplo de como é possível atender as necessidades básicas de um povo, em um país sem muitos recursos financeiros e naturais, sem se dobrar aos poderosos. O Rio G

Como um país nas condições de Cuba, com um bloqueio econômico imposto pela maior potência econômica do mundo, consegue  os melhores índices da América Latina nas áreas educacional e de saúde? A história explica.



Cuba comemora, nesse 1º de janeiro de 2009, 50 anos de uma revolução, popular e libertária, que transformou o país em uma nação livre do julgo de outra nação, um sonho do maior herói da história do povo cubano, o poeta e filosofo José Martí.



Sonho sonhado desde muito tempo e não conquistado com a expulsão dos espanhóis no final do século 19, só realizado com a tomada de Havana pelas tropas revolucionarias comandada por Fidel Castro, fato ocorrido no dia 1º de janeiro de 1959. Era um novo tempo chegando à pequena Ilha que está localizada na porta do Golfo do México. Ilha cantada em prosa e verso por todos os que estiveram lá.



Cristóvão Colombo, o navegador, escreveu no seu diário de bordo, em 1492 a seguinte impressão sobre Cuba,  ‘La tierra má hermosa que ojos humanos vieron’. Era o inicio da montagem do sistema de exploração colonial. Mas, não é só a beleza da Ilha que enche de cobiça as potências imperialistas por aquele pedaço de terra parecida com um grande largato, mas a posição estratégica da Ilha, a sua localização na porta de entrada do Golfo do México. Por isso tanto interesse da Espanha, depois da Inglaterra e por último dos Estados Unidos no pequeno país.



Diferente de outras localidades de dominação colonial, não eram as riquezas do solo e do subsolo que interessava as potências mundiais. Embora, no início o açúcar fosse uma riqueza muito cobiçada, mas é a posição geográfica da Ilha quem vai despertar o maior interesse das potências pela sua dominação.



No século 20 aumentou o interesse pelo paraíso tropical que é a Ilha, pelas suas praias e os seus cassinos. Cuba, além de ponto estratégico era um encantador lugar para as férias dos chefões mafiosos e dos ricaços norte-americano. Após a vitória dos revolucionários, em 1959, isso acabou. Os opositores do regime, sem puder dominar o país, utilizaram a força da propaganda, através de uma mídia cheia de interesses, para denegrir a imagem da Revolução e do seu maior líder, Fidel Castro.



Cuba tem enormes dificuldades financeiras, mas, lá não existe o consumismo excludente nem o esbanjamento burguês muito característico do mundo capitalista, onde poucos vivem suntuosamente e a maioria na miséria ou na pobreza, excluídos dos direitos básicos da vida. Apesar das dificuldades, dos limites impostos pela situação econômica do país, o governo revolucionário vem resolvendo os problemas sociais, que nos países periféricos, com a onda do neoliberalismo, se agravaram, começando, hoje, afetar as populações pobres dos países ricos.



Ouvi do sociólogo e professor da Uerj, Emir Sade, em um debate no programa ‘Saberes’ da Tevê Senac, respondendo uma pergunta sobre a existência de democracia em Cuba, uma resposta que me encheu de orgulho e satisfação, com a qual concordo plenamente, disse ele: ‘Cuba é a maior democracia social do mundo, agora, democracia política não existe e nem poderia existir’.



Cuba é um país sitiado sofrendo uma permanente ameaça de invasão. Já dizia Santo Inácio de Loyola: ‘Em uma fortaleza sitiada, toda dissidência é traição’. A pequena Ilha Caribenha durante esses 50 anos transformou-se em uma referência para as esquerdas de todo o mundo. Saúde, educação, esporte, música, cinema, dança, fazem parte da vida do povo cubano. Além do mais, Cuba tem uma presença no cenário político internacional bem maior do que muitos países com riqueza e população infinitamente superior a pequenina ilha de 11 milhões de habitantes.



Fidel é o maior e mais carismático líder pós Segunda Guerra Mundial. Che Guevara um ícone revolucionário reverenciado em todos os continentes. Os opositores do regime cubano tentam de toda a maneira denegrir a imagem da Revolução e do seu líder, Fidel Castro, mas não conseguem abalar o espírito aguerrido do seu povo. Viva a Revolução. Viva o povo Cubano. Viva o socialismo.



Antonio Capistrano foi reitor da Uern é filiado ao PCdoB.