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Neschling fora da Osesp: o maestro que desagradou o PSDB

John Neschling não comanda mais a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp). Depois de 12 anos à frente da mais respeitada instituição do gênero na América Latina, o maestro, que estava na Suíça, foi afastado por e-mail. A carta de demissão, d

No texto, FHC justifica o afastamento imediato, e não em 2010, como fora acordado com o músico em junho, em razão de uma entrevista de Neschling ao jornal O Estado de S. Paulo de 9 de dezembro de 2008. Na entrevista, o regente afirmava que sua sucessão era conduzida “de forma irresponsável” pelo conselho.


 


Um nome é dado como certo pelo meio erudito para substituir Neschling: o do francês Yan Pascal Tortelier, ex-condutor da BBC Philharmonic Orchestra. A escolha de Tortelier, se confirmada, resultaria em brutal mudança de estilo no comando da instituição. Ao contrário de Neschling, para quem “as orquestras precisam de uma figura de galeão”, Tortelier, filho do violoncelista Paul Tortelier, aproxima-se da condução democrática, admitida como tendência mundial.


 


Nos últimos três anos, os integrantes da Osesp contestaram silenciosamente uma das marcas de Neschling, sua excelência técnica. Depois da entrevista ao Estadão, cartas anônimas direcionadas ao conselho apontaram os problemas do maestro na condução das peças. Mesmo antes da entrevista ao jornal, um músico havia contado cem erros de regência cometidos por ele durante a Sagração da Primavera. Neschling era tido como obsessivo nos ensaios, mas dispersivo nos concertos, os olhos freqüentemente voltados aos camarotes.


 


Um vídeo que circulou no YouTube, em 2007, no qual o maestro chama o governador José Serra de “menino mimado e autoritário”, e que o desgastou diante do governo estadual, jamais teve a autoria descoberta.