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Referendo sobre nova Constituição testa poder de Evo Morales

Cerca de 4 milhões de bolivianos irão às urnas neste domingo (25) para aprovar ou rejeitar a nova constituição do país. O referendo é resultado do acordo, fechado em outubro do ano passado, entre os partidários do presidente da Bolívia, Evo Morales, e os

O novo texto constitucional prevê, entre outras medidas, a limitação do tamanho das propriedades rurais. Além disso, com a nova Constituição, os povos indígenas terão autonomia sobre suas terras tradicionais e uma parte na distribuição do faturamento obtido com a venda das riquezas naturais do país.


 


A reeleição de Evo à presidência da Bolívia é um dos assuntos mais polêmicos do texto. O atual presidente foi eleito em dezembro de 2005, com mandato até 2011. Antes do acordo entre governo e oposição, o novo texto constitucional abria a possibilidade de Morales permanecer no poder até 2019. Após diversas críticas da oposição e da população boliviana, ele aceitou concorrer a apenas uma reeleição. O pleito está previsto para dezembro deste ano.


 


Uma comissão de observadores eleitorais do Mercosul está na capital La Paz para acompanhar o referendo. Após a votação, a comissão se reunirá com o Conselho Nacional Eleitoral da Bolívia para avaliar todo o processo eleitoral. A União Européia, a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a União das Nações Sul-americanas (Unasul), entre outros organismos internacionais, também enviaram observadores ao território boliviano.


 


Balanço


 


Na última quinta-feira (22), Evo Morales apresentou o informe sobre sua gestão durante o ano de 2008 ao Congresso do país, ressaltando os avanços obtidos nos aspectos político, econômico e social. Após a apresentação, o presidente participou do encerramento da campanha pelo Sim à nova Constituição em Cochabamba.


 


Entre os pontos abordados pelo presidente boliviano, estiveram o bônus escolar Juancito Pinto, a renda dignidade para os anciãos, a erradicação do analfabetismo, a Operação Milagre e a entrega de ambulância. No aspecto político, o presidente destacou a convocatória para o referendo constitucional deste domingo.


 


No campo econômico, Morales abordou o crescimento de 6,5% em 2008, a luta contra a inflação, o superávit fiscal e a boa saúde das reservas internacionais, estimadas em mais de sete bilhões de dólares. Também apontou o recorde histórico nas exportações de cerca de seis bilhões de dólares e a projeção de investimento público de quase três bilhões de dólares no ano de 2009.


 


As missões de observadores continuam chegando à Bolívia para acompanhar a realização do referendo. O governo da Espanha enviará quatro senadores espanhóis como observadores. A missão espanhola é formada pela presidente da Comissão de Exteriores do Senado Adoración Quesada (PSOE), pelo porta-voz do PP na Comissão de Assuntos Iberoamericanos, Dionísio García Carnero e por senadores dos partidos CiU e de Entesa Catalana de Progrés.


 


De acordo com o embaixador da Espanha na Bolívia, Ramón Santos, a missão espanhola deve atuar junto à missão da União Européia, que será constituída por 50 observadores, superada apenas pela da Organização dos Estados Americanos, que terá 65 observadores na Bolívia. Mais de 140 mil imigrantes bolivianos vivem na Espanha.


 


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