Fórum Social Mundial, liberdade e pluralidade dos movimentos sociais e suas temáticas
Muita energia, alegria e politização na abertura do FSM 2009
Líderes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (SINTEAM), da União Estadual dos Estudantes do Amazonas (UEE-
Publicado 29/01/2009 10:23 | Editado 04/03/2020 16:12
Com concentração na praça Pedro Teixeira, há 200 metros do conhecido mercado Ver-o-peso, a marcha de abertura do FSM apresentou ao mundo a grandiosidade do evento, a diversidade de movimentos ali reunidos e, também, a variedades de temas que o evento abordará. Tudo isto conduzido com euforia e energia suficiente para enfrentar tanto as diversidades do excludente sistema capitalista quanto da própria natureza, como foi provado: nem a forte chuva caída ao longo de quase todo o percurso da marcha conseguiu dispersar as pessoas ali presentes.
Apresentações culturais num palco situado em frente à Estação das Docas, complexo portuário situado na orla de Belém, deram os primeiros gritos de “outro mundo é possível” e antecederam os passos da grande caminhada. Grupos que expressam a cultura afrodescendentes exibiram seus trabalhos para simbolizar a passagem do último FSM, ocorrido no Quênia, para as mãos dos povos indígenas amazônicos, primeiros habitantes da região que recebe o evento este ano. Além disso, músicos latino-americanos deixaram suas marcas para caracterizar a unidade latino-americana.
Encerrada as apresentações, o solo de Belém sentiu as pisadas mais politizadas de sua história. A criação do Estado palestino, a condenação dos atos de guerra provenientes do imperialismo estadunidense, a denúncia feita à plataforma política neoliberal como causadora de mais uma crise mundial, a autodeterminação dos povos na direção dos seus próprios rumos político-sociais, a luta contra a homofobia, a defasa da causa indígena, a soberania dos países que detém alguma porção da Amazônia na exploração desse bioma e muitas outras bandeiras de luta foram apresentadas neste ato de abertura do evento.
Cores diversas, bandeiras agitadas pelos braços e ventos, faixas denunciando os posicionamentos políticos em relação a algum tema de relevância política e palavras de ordem foram os instrumentos utilizados pelos participantes do FSM para antecipar a efervescência de idéias libertadoras que irão vigorar na capital do Pará até o próximo dia 1 de fevereiro. A marcha encerrou no bairro de São Brás, em frente a rodoviária da cidade, com exibições de rituais indígenas das tribos amazônicas participantes do fórum.
De Belém,
Anderson Bahia