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Polícia de Madagascar matou 68 revoltosos esta semana

Pelo menos 68 pessoas morreram em Madagascar desde segunda-feira (26), durante as revoltas e saques que se seguiram a manifestações convocadas pelo prefeito da capital, Antananarivo. A estimativa foi feita na noite desta quarta-feira (28) por um alto func

O policial citado pela AFP estima que a calma já retornou. “Esta noite a situação é calma no país”, declarou ele, mantendo-se no anonimato. Disse ainda que a maior parte das mortes cocorreu na segunda-feira e na noite que se seguiu. e depois passou a vigorar um cessar-fogo em todas as regiões mais quentes, decretado pelas autoridades locais.



Conforme as contas da mesma fonte, 42 pessoas perderam a vida só na capital, das quais 30 (e não 25, como foi anunciado) no incêndio de um estabelecimento comercial cujo teto veio abaixo, sobre uma multidão de manifestantes que saqueava o local.



Em Toliara, na costa sudoeste da ilha, as forças repressivas contabilizaram 16 mortos, 11 deles “eletrocutados”, conforme o policial, que não forneceu mais detalhes à agência. Quatro pessoas morreram em Antsirabe, duas em Fianarantsoa (centro), duas em Toamasina (costa leste), uma em Sambava (costa nordeste) e uma em Mahajanga (costa oeste), precisou a fonte.



Conforme Joyandet, “tudo é possível numa situação assim, pois há muitos manifestantes, dezenas de milhares”.



O presidente de Madagascar, Marc Ravalomanana, um milionário acusado de tendências autoritárias, acusou na quarta-feira o prefeito Andry Rajoelina de “iniciador dos distúrbios”. Os dois mantêm relações tensas desde a eleição do jovem prefeito, em 2007. As coisas se agravaram após o fechamento do canal de TV privado de Rajoelinau, Viva, por ter levado ao ar uma entrevista com o ex-presidente no exílio Didier Ratsiraka.



Rajoelina, 34 anos, apelidado de TGV devido a seu temperamento explosivo, denuncia a falta de liberdade, as tendências autocráticas do presidente e a “grande espolaição” de terras malgaches por um colossal projeto agrícola da multinacuional sul-coreana Daewoo. Na segunda-feira, durante o velório de um jovem morto pela polícia, ele se recusava a abrir o diálogo com Ravalomanana enquanto o executor e o mandante da morte não fossem condenados a trabalhos forçados.



Em Madagascar, a quarta maior ilha do mundo, na costa oriental africana, sete em cada dez habitantes vivem com renda inferior a um dólar por dia. Ex-colônia francesa, rica em recursos naturais e com potencial turístico, a ilha já viveu outros episódios mortíferos. Em 1947, na fase final do domínio francês, uma insurreição independentista foi aforada em sangue pelas tropas coloniais;  o número de mortos é estimado entre 11 mil e 100 mil.



Da redação, com agências