FSM: Presidentes defendem integração latino-americana

Um momento emocionante e revolucionário marcou a nona edição do Fórum Social Mundial 2009 em Belém do Pará. Pela primeira vez na história do Fórum, quatro chefes de estado se reuniram com os movimentos sociais de diferentes países para reafirmar o proj

 


Além do consenso sobre a necessidade de uma integração soberana no continente, cada presidente destacou questões pontuais. Para Rafael Corrêa, presidente do Equador, o problema da dívida externa equatoriana é histórico. “Nosso país está realizando uma profunda auditoria da dívida para que possamos fazer o pagamento justo e não o imposto pelos mercados financeiros”.


 


Fernando Lugo, presidente do Paraguai, propôs rever o acordo de Itaipu, assinado durante as ditaduras militares de Brasil e Paraguai, na década de 70. “Esse acordo foi prejudicial ao povo e ao estado” afirmou. O presidente defende a revisão do contrato com o objetivo de melhorar as condições de vida da população.


 


Já Evo Morales, presidente da Bolívia, destacou a necessidade de reforçar a soberania nacional, a partir de uma nova atitude coletiva frente ao imperialismo norte-americano. Um dos caminhos para isso, segundo ele, deve ser a pressão internacional pelo fechamento das bases militares que os Estados Unidos construíram, ao longo dos últimos 20 anos, no continente. Essa proposta está inserida na Constituição Boliviana, aprovada em referendo no último dia 25 de janeiro. A Carta afirma o projeto popular, com fortes raízes indígenas, em curso no país. “Água, luz, moradia são direitos humanos. Não devem estar na mão de poucos”, afirmou.


 


“O socialismo do século 21 será construído a partir da unidade política e integração social dos povos da América Latina”, destacou Hugo Chávez, presidente da Venezuela. E profetizou o início de um novo tempo. “Um novo mundo está nascendo em momentos como este, do Fórum Social Mundial. Aqui está a utopia de um mundo melhor, que está se convertendo em realidade”.


 


Para Gilson Reis, presidente do Sindicato dos Professores de Minas Gerais e um dos coordenadores da mesa, esse encontro sinaliza a necessidade de integração dos povos em defesa de um novo modelo de desenvolvimento para o continente. “Precisamos discutir propostas alternativas para superar os problemas causados pela globalização neoliberal e pela crise do sistema capitalista”, destacou.


 


De Belém,
Cecília Alvim