Sergipe é o segundo em atenção psicossocial no país

Sergipe é o segundo colocado no ranking do Ministério da Saúde em número de Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). Pela estatística divulgada em outubro de 2008, Sergipe tinha 26 CAPS, com um índice de 0,88 para 100 mil habitantes. Perdeu apenas para

Isso porque estão em funcionamento no Estado 29 CAPS, sendo que dois ainda aguardam autorização do Ministério da Saúde. Só em Aracaju são seis CAPS, sendo que três funcionam 24 horas e têm leitos de internação rápida: na Atalaia, Pau Ferro e Siqueira Campos. Nossa Senhora do Socorro tem três CAPS e São Cristóvão dois. Os outros municípios que têm CAPS são Barra dos Coqueiros, Itaporanga D’Ajuda, Laranjeiras, Maruim, Dores, Lagarto, Poço Verde, Riachão, Salgado, Simão Dias, Tobias Barreto, Japoatã, Propriá, Canindé e Glória.


 


Além disso, ainda no primeiro semestre deste ano deverão entrar em funcionamento mais quatro CAPS: em Laranjeiras, Porto da Folha, Lagarto e Itabaiana. Esses dois últimos serão específicos para tratamento de viciados em álcool e outras drogas. “Em breve vamos voltar para primeira colocação”, disse Ana Raquel, lembrando que o primeiro CAPS – o Artur Bispo do Rosário, no bairro Siqueira Campos, em Aracaju – foi inaugurado em 2000 e funciona em parceria com a ONG Luz do Sol.


 


“O papel do CAPS é cuidar dos pacientes com transtornos mentais em liberdade. As internações devem ser breves e as famílias estão sempre presente. Também é feito o acompanhamento das internações domiciliares e distribuídos os remédios”, explicou Ana Raquel. Para ela, os serviços oferecidos pelo CAPS precisam ser tratados como prioridade pelas prefeituras. “Estamos fazendo nossa história agora, diferente de Campinas, em São Paulo, onde existe CAPS desde a década de 90”, acrescentou.


 


Moradores de rua


 


Apesar de todo o investimento em tratamento de pessoas com transtornos mentais, muitos ainda estão pelas ruas, sem assistência médica. A coordenadora de Atenção Psicossocial da Secretaria de Estado da Saúde, Ana Raquel Santiago, afirma que as equipes do CAPS vão até os moradores de rua com problemas mentais, porém muitos não aceitam o atendimento e outros optam por viver na rua e sem a família.


 


“Aquela senhora que fica na calçada do Banese já foi atendida pela nossa equipe duas ou três vezes. Ela é lúcida. Quando perguntaram se a boneca era o bebê dela, ela disse que não, que era apenas uma boneca. Nem todo morador de rua tem transtornos mentais. Temos que respeitar a história de vida de cada um”, opinou Ana Raquel.


 


Com os moradores de rua que têm transtornos mentais ou dependências químicas o CAPS faz apenas a chamada redução de danos. “Teve um senhor mesmo que morava na rua, mas passava o dia no CAPS. Ele testemunhou que durante o dia parou de beber por causa das pessoas que conheceu, do vínculo que criou no CAPS. O precisamos é fazer uma política intersetorial para que essas pessoas tenham uma assistência mais completa”, analisou Ana Raquel. Ela disse ainda que a sociedade precisa aceitar e respeitar as pessoas com deficiência mental.


 


Fonte: Jornal da Cidade.