Os tempos mudam no Conselho de Direitos Humanos da ONU
O que poderia supor uma singularidade acontece no Conselho de Direitos Humanos (CDH) de Nações Unidas em Genebra, onde pela primeira vez em anos são analisados por igual todos os países neste domínio.
Por Fausto Triana, enviado especial da
Publicado 05/02/2009 16:00
Trata-se do Exame Periódico Universal (EPU), mecanismo que já entra em seu quarto período de sessões nos mal pouco mais de dois anos de existência do Conselho, surgido em 2006 em lugar da desacreditada Comissão dos DH.
Por enquanto afloram fatos contundentes que demonstram que nenhum país atinge a perfeição em matéria de direitos humanos, e que também não são os integrantes do chamado primeiro mundo os de comportamento exemplar.
“Agora por fim temos a visibilidade completa de nosso planeta. Ao menos não são tão evidentes como antes os golpes, a seletividade e a manipulação com fins políticos”, disse à Prensa Latina um diplomata argelino.
O começo do EPU em 2009 foi bastante eloquente até o momento. Duas potências ocidentais como Alemanha e Canadá receberam alguns elogios, mas também fortes críticas a seus expedientes de direitos humanos.
No caso alemão, os destaques foram focados em assuntos sobre o desemprego, ajuda ao desenvolvimento, a violência contra a mulher, a xenofobia, o maltrato aos imigrantes e a discriminação.
O Canadá foi citado por seu voto negativo a uma resolução que repudiou no CDH as transgressões de Israel na faixa de Gaza, além de questões a respeito da violência doméstica, as minorias étnicas e práticas discriminatórias, com acento na mulher.
Durante a atual rodada, que se estenderá até o próximo dia 13, o contexto variado analisará no caso da América Latina a Cuba (dia 5) e México (10), e outros países como a Rússia, China, Malásia e Nigéria.
Apesar de que por agora predomina um ambiente de apego à objetividade, ainda o bloco do Sul se mantém na expectativa com certa angústia e muito atentos a que alguns voltem a tentar ensaios com as velhas práticas desterradas do CDH.