Secretaria de Assuntos Estratégicos agenda visita ao CE

O ministro Mangabeira Unger enviou assessor para marcar visita aos projetos inovadores no Interior do Ceará

A Secretaria de Assuntos Estratégicos, ligada à Presidência da República, está organizando uma série de visitas ao Nordeste a fim de viabilizar a consolidação de um projeto desenvolvimentista nacional que começaria pela Região, como é a idéia do ministro Mangabeira Unger, responsável pelo órgão. Ontem, um de seus assessores esteve na Capital cearense, marcando com o Governo do Estado, o calendário das visitas e a pauta de assuntos que a secretaria pretende debater no Ceará.


 


Por ocasião da estada em Fortaleza, o Assessor Especial da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Carlos Sávio Teixeira, detalhou os projetos que a pasta possui para, segundo ele, inverter as prioridades de modelos de desenvolvimento econômico pensado até agora para a região Nordeste, dando ênfase a um projeto de desenvolvimento regional, de iniciativa compartilhada entre as iniciativas pública e privadas, com destaque para as empresas de médio e pequeno porte, onde, segundo ele, se encontram boa parte dos trabalhadores do setor produtivo do Brasil.


 


Detalhes


 


´A reunião com o Governo do Estado foi para estabelecer os eixos mais técnicos que serão discutidos no Ceará e também a região e os tipos de experiências a ser visitados aqui, além de acertar os detalhes logísticos da visita dos integrantes do Governo Federal, de vários ministérios´, destacou o assessor, informando que a comissão terá 35 integrantes dos mais diversos setores e ministérios do governo Lula.


 


A série de visitas será realizada, neste momento, nos estados do Maranhão, Ceará, Piauí e Paraíba. ´Já estivemos nos estados da Bahia, Alagoas, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Agora, na segunda etapa, daremos continuidade às visitas nos outros estados para conhecer as experiências inovadoras e construir uma convergência a cerca dos assuntos´, explicou, ao informar que será apresentado um documento contendo propostas sólidas de desenvolvimento para a região, no fórum dos governadores do Nordeste, a ser realizado no próximo dia 20 de março, na cidade de Natal.


 


A intenção, segundo Carlos Teixeira, é fazer com que, a partir das experiências pioneiras de desenvolvimento regional em cada Estado, o Governo Federal libere recursos para potencializar essas idéias que partem de cada ponto da região Nordeste. ´A intenção é agregar as grandes idéias tanto com recursos materiais, como visibilidade para as iniciativas pioneiras de desenvolvimento. Esse é o espírito´, enfatizou o representante da Secretaria.


 


A intenção maior do ministro Mangabeira Unger, como vem defendendo, é pensar um grande projeto de desenvolvimento econômico inovador para o Brasil, partindo do Nordeste que, na avaliação da Secretaria, como garantiu o assessor, é a região mais propícia para o experimentalismo de desenvolvimento regional.


 


Outro motivo que levou a pasta a eleger o Nordeste como região a ser trabalhada para o modelo pensado é pela necessidade de haver um equilíbrio federativo e a região é a que ainda está necessitando de grandes investimentos, embora o governo tenha dado prioridade, segundo Carlos Teixeira.


 


Esse pensamento põe em outro patamar, os megainvestimentos pensados para o Nordeste como refinarias e siderúrgicas e o investimento em grande escala em turismo. A nova idéia vai tentar, como defende o assessor, inverter as prioridades dadas até agora, a partir das iniciativas inovadoras da própria Região. ´O turismo, na ausência de um projeto forte, ele pode ser algo desagregador, do ponto de vista social. Mas na presença deste projeto, pode ser um elemento fundamental´, explicou o gestor.


 


Alternativa


 


´A idéia do ministro é construir um terceiro tipo de modelo econômico para o relacionamento entre o Estado e a iniciativa privada. Um modelo que seja baseado em uma perspectiva experimental, participativa e pluralista. Não é a cooperativa. A idéia que está por trás disso é que se possa ter em uma mesma dimensão econômica, a cooperação e a competição. Você coopera para diminuir os custos e compete para aumentar a escala´, disse Teixeira, ao lembrar que a idéia se difere dos dois modelos econômicos vigentes no mundo.