Obama anunciará cronograma de retirada militar do Iraque
O presidente dos EUA, Barack Obama, deve anunciar nesta sexta-feira (27) um calendário de retirada das tropas americanas no Iraque, conforme noticiaram as agências Reuters e France Presse, com base em declarações de funcionários do governo. As forças comb
Publicado 27/02/2009 10:45
A missão militar remanescente, segundo as fontes, servirá para treinar e equipar as tropas iraquianas, proteger os projetos de reconstrução civil e conduzir ''operações limitadas de contraterrorismo''. Seu prazo de permanência irá até o fim de 2011. Os EUA mantêm contingentes militares com perfil semelhante em países como as Filipinas e a Colômbia, embora em número muito inferior – menos de mil soldados.
Resistência na expectativa
O anúncio deve ser feito e detalhado durante visita do presidente a Camp Lejeune, uma base da Marinha no estado da Carolina do Norte. Existem atualmente cerca de 142 mil soldados americanos no Iraque. No ano passado a administração Bush elevou o seu número em mais 30 mil.
O conflito, que completará seis anos em março, com a invasão decidida unilateralmente pelo presidente George W. Bush, sem amparo da ONU, já causou mais de 4.250 baixas fatais no exército americano – sem contar os paramilitares das empresas de segurança privada. É a guerra mais mortífera para as forças do Pentágono desde a Guerra do Vietnã, em 1963-1975, onde morreram 55 mil soldados americanos.
No entanto, no ano passado houve uma sensível redução da intensidade do conflito e o número de baixas diminuiu em dois terços. A resistência iraquiana, organizada pelo partido Baath e por facções religiosas, entre outras, parece estar na expectativa de como se comportará a nova equipe da Casa Branca.
''Um número um pouco maior''
Obama foi um opositor declarado da invasão do Iraque pelos EUA desde 2003. Este foi o principal ponto de sua plataforma na primeira fase da campanha eleitoral . No entanto, desde a campanha ele sinalizou que pretendia deixar um ''contingente residual'' no país, e intensificar a ação militar no Afeganistão, ocupado pelos EUA desde 2001.
Caso o anúncio do presidente confirme as informações da Reuters e da France Presse, o cronograma será mais dilatado que a promessa eleitoral – 19 meses ao invés de 16. Mas é o tamanho da missão militar remanescente que mais desaponta os eleitores que votaram em Obama para ''trazer os rapazes de volta para casa''.
''Quando eles falam em 50 mil, é um número um pouco maior do que fora antecipado'', comentou Harry Reid, líder da maioria democrata no Senado dos EUA.
A permanência das tropas, porém, tem outro limite. O governo iraquiano, instalado sob o guarda-chuva dos ocupantes americanos mas politicamente próximo do regime antiimperialista do Irã, forçou no ano passado um Acordo sobre o Status das Forças. Aceito a contragosto pela administração Bush, ele estabelece que as tropas estrangeiras se retirarão de Bagdá e todas as cidades iraquianas até junho, e todos os soldados estrangeiros se retirarão até dezembro de 2011.
Da redação, com agências