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Protecionismo racha cúpula da União Europeia sobre a crise

Os líderes dos 27 países da União Europeia (UE) reúnem-se neste domingo (1º) em Bruxelas, na busca de um difícil consenso sobre como lidar com a crise capitalista. A tensão se concentra nas medidas protecionistas adotadas pelas economias mais poderosas da

Nove países do Leste (Polônia, República Tcheca, Eslováquia, Hungria, Lituânia, Letônia, Estônia, Bulgária e Romênia) participaram de uma reunião à parte preparando o encontro de domingo. Discutiram a queda no valor de suas moedas, o fechamento de fábricas e ase revoltas sociais que já começaram a explodir na Letônia, Lituânia, Bulgária e Hungria, para ficar apenas em países-membros da UE.

A reunião dos nove foi uma retaliação, que uniu o conjunto da parte oriental da UE, exceto a Eslovênia. No domingo passado os  líderes dos seis países mais ricos da UE  teve lugar em Berlim, para acertar seus ponteiros quanto às respostas para a crise.

As queixas do Leste contra o rolo compressor protecionista parecem destinadas ao fracasso. A Comissão Europeia – órgão executivo da UE – acaba de dar sinal verde para as medidas do governo francês no setor automobilístico, im pacote no valor de 6 bilhões de euros considerado um exemplo acabado de protecionismo.

Sarkozy: ''Murro na mesa''

Sob enorme pressão de Paris – o presidente Nicolas Sarkozy ameaçou ''dar um murro na mesa'' –, a Comissão declarou-se “satisfeita com as garantias apresentadas pelas autoridades francesas sobre a ausência de teor protecionista no plano de ajuda ao setor automotivo”. O argumento de Sarkozy é que, se os Estados Unidos de Barack Obama podem proteger sua indústria automobilística, não há por que a França não fazer o mesmo.

Resta às economias mais débeis o direito de reclamar contra a tendência protecionista, cuja soma final será o agravamento da crise mundial. Em se tratando de uma reunião informal e não deliberativa, os países prejudicados poderão exprimir, verbalmente, suas insatisfações e frustrações.

'' líderes dos seis países mais ricos da UE que teve lugar no domingo passado, em Berlim. Não queremos novas linhas divisórias. Não queremos uma Europa dividida entre o sul e o norte, ou o leste e o oeste'', disse o primeiro-ministro checo Mirek Topolanek, que atualmente ocupa a presidência rotativa da UE. ''Os esforços e medidas para combater a crise financeira dentro do bloco têm que respeitar o princípio de solidariedade, mas também exigem que todos os jogadores demonstrem responsabilidade'', disse ele.

Ferenc Gyurcsany, primeiro-ministro húngaro, tem insistido, sem grande sucesso, na criação de um plano europeu de 100 bilhões de euros em apoio aos bancos do Leste. A reivindicação foi esvaziada depois que três instituições financeiras internacionais anunciaram sexta-feira um pacote com o mesmo fim, porém com um valor muito menor, de 24,5 bilhões de euros.

A reunião de Bruxelas é vista como uma preparação europeia para a próxima cúpula do G20 (composto pelos países mais desenvolvidos do mundo mais as principais economias emergentes), que se reunirá em 2 de abril, em Londres. Neste fórum, criado em novembro passado sob o impacto do derretimento econômico global, é menos improvável que o clamor antiprotecionista seja ignorado.

Da redação, com agências