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Ciro considera erro grave apenas um candidato da base aliada

De volta à cena política, o deputado federal Ciro Gomes (PSB) disse nesta quarta (4) que será um erro grave a base aliada do Governo Lula apresentar apenas um candidato para a sucessão presidencial em 2010. Segundo ele, a vida política brasileira já pr

Ao comentar sobre a pré-candidata Dilma Rousseff (PT), o presidenciável do PSB diz que a ministra da Casa Civil tem todas as qualidades e é uma administradora de valor, porém considerou que esse debate está fora de hora. “Se o senhor for indicado a ser vice dela?”, insistiu a repórter. “Você volta a falar comigo”, respondeu lacônico.


 


Segundo ele, a precipitação da discussão atrapalha o país, uma vez que o governo Lula mal completou a metade do mandato. “E o pior, do jeito que as coisas estão parece uma mera luta pelo poder, sem conteúdo público”, diz.


 


Mesmo discordando do debate “fora de hora”, assumiu que deseja suceder Lula. “Estou respondendo com muita franqueza o seguinte: quem já foi candidato duas vezes não pode andar mentindo para as pessoas que não deseja ser candidato.”


 


Disse que acumulou uma experiência de 30 anos de “vida pública limpa”, sendo duas vezes deputado estadual, prefeito, governador mais jovem do Brasil e ministro da Fazenda e da Integração Nacional.


 


Usou como argumento que é necessário garantir que as conquistas do Governo Lula não sofram retrocesso com o poder voltando para os tucanos, os quais ele considera sob o comando de Fernando Henrique Cardoso a maior tragédia da história brasileira.


 


Seminário na Câmara  


 


O deputado foi o conferencista do seminário promovido pelo seu partido na Câmara dos Deputados onde debateu diversos aspectos da crise econômica. O evento serviu como ponto de partida para uma série de eventos que será realizado pelo país.


 


No encontro estiveram as principais lideranças do partido, correligionários e os deputados aliados do PCdoB e seu presidente Renato Rabelo.


 


Ciro centrou sua fala numa análise conceitual sobre a crise econômica mundial. Falou da origem dela nos Estados Unidos e os seus reflexos na economia brasileira. Explicou que por causa das reservas de US$ 200 bilhões o Brasil não vai quebrar e tem chances de sair bem do processo.


 


Não poupou críticas à política monetária do Banco Central que “inexplicavelmente desrespeitou os manuais básicos de economia nos quais reza que você ou baixa juros ou “afrouxa compulsórios”. “O BC fez as duas coisas quase no mesmo dia. O mundo inteiro demonstrando que havia uma crise de liquidez reduziu a taxa de juros, as menores da história (…), mas o BC subiu a pancada”.


 


Pesadas críticas também foram feitas aos oito anos dos governos de Fernando Henrique Cardoso. Disse que a carga tributária quando o tucano assumiu era de 27% do Produto Interno Bruto (PIB) quando ele saiu era de 35%.


 


Quanto a dívida pública, Ciro disse que o Governo FHC deixou em 76% do PIB. Nos 500 anos de Brasil, de Pedro Álvares Cabral a Itamar Franco, essa taxa não passava de 36%. “Maior descalabro não tem igual. Quero lembrar para não haver uma lavagem cerebral que o Serra (José – presidenciável do PSDB) era o ministro do Planejamento, centro da equipe econômica”, lembrou.


 


Perspectiva para formação do bloco 


 


O presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, considerou a iniciativa do PSB, em reunir os partidos aliados em torno da discussão de temas fundamentais para o país, é um passo importante que pode contribuir com a formação de um bloco político visando a disputa presidencial em 2010.


 


Para a construção desse bloco, que poderia contar com o PSB, PCdoB, PDT e PRB, Rabelo aponta que duas questões precisam ser levadas em conta. A primeira parte da necessidade de elaborar um projeto político para 2010, tendo em vista qual é o destino da Nação depois de Lula. A segunda seria a existência de um candidato.


 


“Então são essas as duas questões fundamentais que nos levaria a constituir um bloco político como esse. Isso favoreceria o debate sobre as questões fundamentais, porque nós estamos diante de grandes desafios, sobretudo devido o surgimento da crise, a proporção dela e o impacto que ela tem no nosso país”, argumentou o dirigente.


 


Sobre a questão do candidato, Rabelo considerou o reaparecimento de Ciro Gomes oportuna, porque pessoas expressivas politicamente como ele contribui com esse debate.


 


De Brasília,


Iram Alfaia