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Defensores de Battisti iniciam campanha por sua libertação

Os parlamentares que se reuniram nesta quinta-feira (5) para discutir o movimento para a libertação imediata do italiano Cesare Battisti, disseram que tem argumentos racionais e emocionais para isso. A frase do deputado José Eduardo Cardoso (PT-SP) res

Ex-integrante de um grupo de esquerda, que atuou nos anos de chumbo na Itália, na década de 1970, Battisti recebeu do ministro da Justiça, Tarso Genro, o status de refugiado político no Brasil. O governo da Itália, que o acusa de quatro assassinatos, quer que o STF anule a decisão do ministro e extradite Battisti para o seu país de origem. Battisti está preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília, aguardando o julgamento no Supremo.



A reunião serviu como preparação para atividades que os parlamentares vão desenvolver na próxima semana de apoio à permanência de Battisti no Brasil. As ações, que serão coordenadas pelo Comitê pela Libertação de Cesare Battisti, inclui manifestações em frente ao STF, a visita de deputados e senadores à Battisti no Presídio da Papuda e participarão de audiência sobre o assunto com o ministro da Justiça, Tarso Genro, na próxima terça-feira (10).



O deputado José Eduardo Cardozo disse que a grupo deve adotar “argumentos racionais e emocionais” para influenciar os ministro do STF e mobilizar a sociedade em torno da causa.



Ele enumerou os fatos que comprovam que o julgamento de Battisti na Itália, onde foi condenado pelos quatro assassinatos, e o pedido de extradição feito pelo governo daquele país, tiveram motivações políticas.



Entre os “argumentos racionais” apontados por Cardozo estão o reconhecimento do próprio governo italiano de que os crimes que pesam contra Battisti são políticos e o fato da Itália viver um “regime de exceção” na época, durante o qual o próprio governo teria desrespeitado a legislação vigente. Ele disse ainda que a defesa de Battisti no julgamento realizado na Itália foi feito à revelia e pelo mesmo advogado que atendeu Pietro Mutti, o principal acusador de Battisti.



Entre os argumentos emocionais, Cardozo destacou as declarações do deputado conservador italiano, Ettore Pirovano, que colocou em dúvida a capacidade intelectual dos juízes do Supremo, dizendo que “o Brasil é reconhecido muito mais por suas dançarinas do que por seus juristas”.



De Brasília
Márcia Xavier