Defesa de Protógenes pede investigação de vazamento de inquérito
O advogado do delegado Protógenes Queiroz, Luiz Fernando Gallo, cobrou nesta segunda-feira uma investigação sobre o vazamento de informações do inquérito que apura supostos abusos de seu cliente durante a Operação Satiagraha, da Polícia Federal. Report
Publicado 09/03/2009 18:24
“Tem uma pergunta que precisa ser feita: se o meu cliente foi indiciado pelo vazamento de uma operação policial, eu quero saber quem vai apurar o vazamento do vazamento”, afirma Gallo.
Segundo o advogado, o vazamento de detalhes do inquérito compromete a continuidade da investigação, mas Gallo afirma que não pretende tomar medidas judiciais por conta da reportagem. “Não pretende entrar com nenhuma medida porque meu cliente não foi indiciado no processo. Quem tem que apurar isso é o Ministério Público Federal e a Policia Federal”, afirma.
Procurados pela reportagem, o Ministério Público Federal e o juiz Ali Mazloum, da 7ª Vara Criminal Federal de São Paulo –onde tramita o inquérito–, ainda não se manifestaram sobre os vazamentos.
Protógenes ficou conhecido nacionalmente durante a Operação Satiagraha, que prendeu no ano passado o banqueiro Daniel Dantas, do Opportunity, o ex-prefeito Celso Pitta e o investidor Naji Nahas. Em seu blog, o delegado diz que as informações contidas na reportagem são “mentirosas”.
Gallo também reclama ter sido pressionado para não “vazar” as informações do inquérito. “Eu fui muito pressionado para não vazar, porque se vazasse eu poderia ser preso”, diz o advogado, que prefere não apontar suspeitas de onde as informações podem ter saído.
Questionado sobre uma possível perseguição ao seu cliente por conta da prisão de Dantas, o advogado afirma entender as acusações contra Protógenes como estratégia de defesa. “As vezes a melhor estratégia de defesa é o ataque, e pode ser isso que está acontecendo contra ele”, diz.
A Polícia Federal vai divulgar, nos próximos dias, um relatório conclusivo sobre o processo que apura o suposto desvio de conduta do delegado Protógenes Queiroz durante a Operação Satiagraha. A informação foi dada pelo diretor-geral da PF, Luiz Fernando Corrêa, após reunião com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP).
De acordo com Corrêa, as informações divulgadas pela revista não vão mudar o rumo das investigações. “Mesmo que sejam retratos da investigação, as informações são dados produzidos pela Polícia Federal.” Ele garantiu que as informações não saíram da PF e que os autos do processo também estão na Justiça. “Temos um regramento processual que nos impõe o sigilo.”
Da redação,
com agências